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    É porque...

     

    É porque existe o claro amanhecer...

    E bem diante de nossos olhos

    Inexplorada e fértil clareira.

    Mas, de alguma maneira,

    O terrível medo de penetrá-la.

     

    E porque existe novo caminho,

    Em arco-íris, mas temo em atravessá-lo.

     

    E porque há frutos fumegantes

    De musgo e mel...

    Um convite

    Para a saudação do amanhã.

     

    Cinjo-me da cerca plena

    De antigas ramagens.

     

    É porque se me amedronta a fantasia,

    Não me aparto de minha quietude.

    Reclino minha fronte,

    Já que a palma da mão

    Não segura, com firmeza,

    Novo convívio.

     

    Já é tarde!

    Não! Não é tarde!

    No meu peito, tão antigo,

    Gravou-se a ferro e fogo

    O nome

    Turbilhão!

    Heleno Célio Soares