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Antes de tudo
Antes de tudo...
É preciso erguer-se.
Renascer a qualquer e todo momento,
Minha mulher!
Em você, mora a generosidade,
A luz por onde tenho galgado
E ascendido para utopias.
Meus amanhãs tornam-se apertados
E minha fronte teima em não viver em si mesma,
Estou louco.
Ou tornando-me um peregrino ensimesmado.
Nem mais sou grandioso rio,
Correndo e rindo e lambendo suas margens.
Corro veloz, para o mar,
Que abre sua salgada garganta,
Na força do seu encantamento,
E certamente, me sorverá.
Continuarão luzindo os cabelos brancos,
Luzindo também meus desertos recônditos.
Nem sei se encontrarei
Um salmo para meu conforto.
Seguirei, subindo árvores e colinas,
Rasgando cortinas, mesmo em dias de festa...
Continuo, assim tocando a trombeta,
E aqueles que me seguem
Ouvirão minha canção.
E aqueles que me seguem
Será? Me compreenderão?
E aqueles que me seguem...
E aqueles que me seguem...
Heleno Célio Soares
 
