SANTO DO DIA - SANTO ESTANISLAU - BISPO E MÁRTIR (11/04)




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    SANTO DO DIA - São Estanislau – Bispo e Mártir  (11/04)

    Para os católicos na Polônia – um santo, para os historiadores – uma figura ambígua e controversa. Na pessoa de São Estanislau nós descobrimos dois amores profundos: por Deus e Sua Lei, e pela Polônia ainda em formação. Ele foi morto porque com sua exortação firme e cautelosa, ele tentou mudar o coração endurecido e perdido do governante polonês.

    Infância e Juventude – Um Tempo para Expandir Horizontes

    São Estanislau nasceu em Szczepanów, uma pequena vila em Ma?opolska. A data exata de seu nascimento não é conhecida, mas assume-se que ocorreu entre os anos 1034 e 1040. Ele era o único, e muito aguardado filho de um casamento profundamente religioso. Ambos pais vieram da pequena nobreza. Junto com eles, ele trabalhou no campo e tinha ânsia por aprender. Ao perceber a paciência e curiosidade do menino, os seus pais o enviaram à escola catedralícia em Cracóvia, onde ele iniciou os estudos sob a supervisão do Bispo Aaron. De lá, Estanislau foi enviado mais longe, para a escola em Gniezno, e depois para o exterior, para Liège. Esta cidade belga foi então o berço dos estudos teológicos e das reformas eclesiais (entre outros, relacionado à independência da Igreja da autoridade secular). Estanislau passou muito tempo em oração e com os livros.

    Da Teoria à Prática – Bem-vindo à Cracóvia!

    Após sete anos de estudos, Estanislau voltou à Cracóvia a pedido do Bispo Lambert Su?a. Em torno dos 25 anos, ele transformou-se em cônego e assumiu o sacerdócio. Como pároco de uma das vilas próximas à Cracóvia, ele recebeu um pedaço de terra para cultivação, mas logo o Bispo Lambert chamou-o para trabalhar na Cúria. Ele liderou a escola catedralícia, a biblioteca, dava sermões. As suas muitas habilidades não escaparam à percepção do Príncipe Boleslau – na época o governante de Cracóvia, que nomeou-o um de seus capelães. A partir daquele momento, Estanislau trabalhou com o bispo, na chancelaria do princípe.

    O Jovem Bispo

    O Príncipe Boleslau II, o Generoso, ao morar em Cracóvia percebeu a disciplina, sabedoria e prudência do padre. É por isso que após a morte do Bispo Lambert Su?a, ele apontou Estanislau, na época com 35 anos, como seu sucessor. O novo bispo cuidou da construção da catedral de Wawel, mas não esqueceu da evangelização de sua diocese e outras terras polonesas. Ele era apreciado por sua sensibilidade à miséria humana e injustiça. Ele ouvia atentamente e aconselhava pacientemente. Ele era uma pessoa honesta e aberta. Ele tinha seus próprios princípios, amava a verdade e ficava aborrecido com a hipocrisia. Ele viveu modestamente, e o que tinha ele compartilhou com aqueles que precisavam. Ele ganhava as pessoas com a sua sabedoria humilde, gentileza e compreensão. Ele enfrentou corajosamente uma situação política complicada.

    O Rei e o Bispo

    Inicialmente, a cooperação entre o bispo e o príncipe funcionava muito bem. Estanislau guiava as pessoas com palavras fortes, ao passo que Boleslau o fazia com uma mão firme. Aparentemente uma amizade os unia. Estanislau aconselhou Boleslau em assuntos de estado, foi uma testemunha de sua coroação como Rei da Polônia no Natal de 1076. Eles entendiam-se mutuamente e tinham um objetivo comum: o bem da Polônia. Logo, no entanto, a briga pela recuperação de terra perdida por seus predecessores consumiram completamente Boleslau. Ele saboreou suas vitórias e relutou para não regressar à Cracóvia. Dessa forma, ele não somente negligenciou sua própria família e súditos, mas condenou seus próprios soldados ao afastamento de suas esposas e filhos que esperavam por eles em casa.

    Longe de Casa

    O motivo para o severo conflito entre o rei e o bispo foram as consequencias de muitos anos de batalhas do exército polonês contra os russos. Os soldados vangloriavam-se da vitória de diversas maneiras que desonravam a pessoa. Eles não respeitavam nenhuma fronteira de decência, juramentos, promessas de casamento, princípios morais, etc. No fim, alguns soldados voltaram a si e pediram permissão ao rei para regressar ao país deles. Ele negou categoricamente. Então, eles começaram a desertar. Após tanto tempo de ausência dos corajosos maridos e filhos cavaleiros, as esposas e mães também começaram a sofrer de solidão. O Bispo Estanislau, descontente com as ações do rei e preocupado com as consequencias dolorosas de sua imprudência, não podia mais olhar o que estava acontecendo. Nesse momento, o rei furioso retornou à Cracóvia…

    “Advertir os Pecadores”

    Boleslau, impiedosamente e sem a participação dos tribunais, começou a praticar a sua justiça. Ele matou os desertores e humilhou terrivelmente as esposas infiéis. Ele semeou medo e morte, esquecendo que ele também não era sem faltas e que também, por mais de uma vez, cometeu traição. Seus súditos eram intimidados. O clero tinha medo de permanecer ao seu lado. Todos provaram ser impotentes e incapazes contra a crueldade do rei. Eles preferiam não expor-se ao perigo, cuidando de suas próprias cabeças. Somente uma pessoa corajosamente opôs-se a ele. Estanislau colocou-se diante do rei muitas vezes. Eles conversavam em particular. O rei, no entanto, permanecia inflexível. E então o bispo começou a exortá-lo a partir do púlpito, mas isto não ajudou. O rei tentou caluniá-lo, enfraquecer a autoridade do bispo e o respeito que as pessoas tinham por ele. Por fim, o bispo ordenou aos padres para interromper a Santa Missa cada vez que o rei viesse para prestar culto na igreja.

    Fiel até o Fim

    Em 11 de abril de 1079, o Bispo Estanislau, junto com outro clérigo, foi à Igreja de São Miguel para celebrar uma missa em expiação pelos pecados deles e daqueles de toda a nação, e também pela conversão do rei. Durante a celebração da Eucaristia, provavelmente perto do fim, o rei e os seus cavaleiros invadiram a igreja em um estrondo. Indo em direção ao santuário, ele desembainhou a espada, foi até o bispo que orava e o decapitou (nesse momento o sacerdote celebrava a Eucaristia no Rito Latino, em pé, de costas para o povo). Ele ordenou a seus cavaleiros para arrastar o corpo para a frente da igreja, esquartejá-lo e espalhar por vários lugares.

    (IN)Esperadas Consequências de um Ato Cruel

    Dessa forma, a diocese perdeu um bispo e a Polônia, um rei. Pelo assassinato do bispo, Boleslau perdeu a coroa e as pessoas afastaram-se dele. Imediatamente após o assassinato, Roma privou o rei polonês do título de governante cristão. Ele teve que fugir para a Hungria e morreu no exílio. Não se sabe exatamente onde e quando isso aconteceu. Algumas versões da história apontam para o Monastério Beneditino em Osjak, Eslovênia, onde atormentado pela culpa, ele supostamente uniu-se a Deus e arrependeu-se em silêncio por seu pecado. O povo desse país transmitiu a história do Rei Penitente. A notícia sobre o martírio e coragem do Bispo Estanislau difundiu-se rapidamente pelo reino e além de suas fronteiras. O seu corpo foi enterrado na Igreja de São Miguel em Cracóvia e após 10 anos foi trazido para a Catedral de Wawel em uma procissão solene.

    O Culto ao Bispo Estanislau

    Foi dito que as partes do corpo do bispo separadas pelos cavaleiros uniram-se e isto ocorreu para simbolizar a união do Reino da Polônia. É indiscutível o rápido desenvolvimento do culto ao santo. Pela sua intercessão milagres e curas aconteceram. O culto ao bispo de Cracóvia difundiu-se não somente por causa das numerosas graças, mas principalmente pela admiração de sua atitude diante do mal.

    O Principal Padroeiro da Polônia

    Incontáveis milagres e a popularidade do culto ao bispo Estanislau de Szczepanów culminaram com a sua canonização pelo Papa Inocêncio IV no dia 17 de setembro de 1253 em Assis (até hoje existem afrescos representando o santo polonês). Ao redor do mundo São Estanislau, bispo e mártir, é lembrado em 11 de abril. Contudo, em toda a Polônia, e especialmente em Cracóvia, nós celebramos em 8 de maio. Então, da Catedral de Wawel, da frente do túmulo do santo parte uma grande procissão para a Igreja de São Miguel e São Estanislau, o lugar do martírio. Lá, acontece uma missa solene que reúne bispos, padres e numerosos representantes de toda a sociedade.