O QUE É ESSENCIAL NA PANDEMIA - VICENTE DE MELO




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  • O QUE É ESSENCIAL NA PANDEMIA

     

    Súbito diríamos ,conforme a raposa disse  para o Pequeno Príncipe: “ L’essentiel est invisible pour les yeux”,  a saber, o  essencial é invisível para os olhos.

    Em tempos de pandemia , o inimigo maior e comum a todos, indistintamente,  é invisível.   As pessoas grandes são realmente muito  excêntricas.  Perdem-se na propositura de  normas reguladoras acerca do que é essencial, a fim de conter a marcha  inexorável do vírus.  Talvez não atentem    ao segundo momento da revelação do grande segredo da raposa dirigida ao infante : “On ne voit bien qu’avec le coeur”, ou seja, só se vê bem com o coração. O foco  estaria acima da ciência, do experimento que deu certo, das inúmeras  tentativas de ensaio e erro, do politicamente correto.

    Permitimo-nos afirmar que falta às pessoas grandes, mormente as responsáveis pela “res publica”,  humildade  ao lidar com o  desconhecido.  Hoje, quem se apropria de um pseudodireito de detentor  da verdade, ipso facto, amanhã será execrado pelos pares e mesmo  pela sociedade como um todo.

     Dentre inúmeras medidas tomadas, com o escopo de definir o que é essencial para a população em época de flagelo, selecionamos tão somente uma,  sobre a qual temos  refletido muito ultimamente. Trata-se  da proibição da abertura de igrejas e templos, objeto de decretos governamentais  municipal e estadual,  e mesmo liminar ameaçada de ser descumprida, colocando refém  o poder judiciário.

    Em face de  julgar  atividade essencial durante o período de contágio, o funcionamento  de supermercados e farmácias, tecemos  algumas considerações sobre o símile ato proibitivo em relação às liberdades religiosas.  

    Primeiramente, perguntamos: O que justifica a flexibilidade relativa aos Órgãos citados ?

    A resposta é clara, uma vez que as pessoas buscam nesses estabelecimentos o alimento para a matéria  e o remédio para as suas enfermidades físicas e mentais . Seria uma sandice privar o indivíduo dessas necessidades básicas!  Parece-nos  que  tudo se faz mediante a observância de protocolos sobejamente  conhecidos:  uso correto  da máscara, distanciamento social e  higienização pertinente.

    Num segundo momento, perguntamos:  o que justifica  a essencialidade da abertura e realização dos rituais litúrgicos nas igrejas e templos?  A resposta é igualmente óbvia.  O ser humano, além de sua existência  fenomênica , carnal, material  constitui-se do anímico . Igualmente, prima em seguir pari passu toda máxima dos   protocolos estabelecidos que assegurem  o distanciamento  e  consequente   disseminação do virus.

    Sugerimos ao leitor mais reflexão em torno do tema exposto.


    Vicente de Melo