ENTREVISTADO DO MÊS DE SETEMBRO - Marcos Pereira (Pereira)




Clique aqui para ampliar
  • PINGUE PONGUE COM Marcos Pereira (PEREIRA)

     

    Na apresentação de nosso site, Antônio Miranda diz que você é bom contador de estórias, mas latinista de segunda categoria. É birra de colega de sala?

     

    Nunca fui expert em latim, mas o que sei dá para o gasto. O  Miranda tem razão. Fomos e seremos sempre grandes amigos.

     

     Para provar que o Miranda foi injusto, você ainda saberia recitar, em

    Latim, “Sub tuum praesidium”?

     

    Canto dedicado à Nossa Senhora, pedindo sua proteção. Era cantado quando a divisão dos petrinos fazia seu passeio semestral, conduzido numa carroceria de caminhão.

    Sub tuum presidium confugimos Sancta Dei genitrix, Sancta Dei genitrix. Nostras deprecationes  ne despitias ne despitias in necessitatibus nostris.

     

    Conte, então, um pouco de sua história pessoal:  de onde você é? Quando nasceu?

     

    Nasci em Belo Horizonte, no dia 07 de setembro de 1937. Fui coroinha na paróquia de São Vicente de Paula, na Gameleira, quando as missas eram celebradas em Latim.

    Introibo ad altare Dei que letificat juventude mea.

    A minha alegria em servir a Deus iniciou em 1949.

    Na Gameleira, tive como colegas de Paróquia o Adilson (Bizorro) e o Padre Pedrinho.

     

    Vir ao mundo no dia da Independência, fez de você um libertário?

     

    Sim.  Libertas quae sera tamen.

     

     Como foi seu ingresso no seminário: por vontade própria ou levado pelo

    vigário que nem voluntário da guerra do Paraguai, com as mãos

    amarradas e um trabuco nas costas?

     

    Com a ajuda do vigário da Igreja do Santo Cura D’Ars e iluminado pelo Espírito Santo, manifestei minha vontade de ir para o Seminário, sem saber que lá estudava-se para ser padre.

     

     Como eram aqueles dias no seminário, muito futebol e pouco “De Bello

    Gallico” de Júlio Cesar?

     

    Nossos dias eram de  muito estudo, orações e futebol, basquete, vôlei, spiribol, pingue pongue e sinuca.

     

     Você usava batina?

     

    Só passei a usar batina, quando iniciei os estudos de Filosofia.

     

    Quais as melhores lembranças de seus colegas da época?

     

    Guardo , ainda, as melhores lembranças de todos os colegas de Seminário.

     

     E dos professores?

     

    Dos professores rendo minhas homenagens. Formadores de cultura, moral e religiosidade.

     

    Quem de sua turma ordenou-se padre? Algum colega virou bispo?

    No primeiro ano de Seminário éramos 40 seminaristas. Na Filosofia, restaram Carlos Alberto e eu. Não sobrou nenhum.

     

    Quem era o arcebispo de BH? Ele visitava o seminário com frequência?

    Dom João de Rezende Costa sucedeu a Dom Antônio dos Santos Cabral. Frequentemente fazia palestras no Seminário.

     

    Agora, fale de sua vida fora dos muros da Gameleira. Foi difícil

    readaptar-se à sociedade civil?

     

    Não foi difícil. Trabalho, o Padre Lázaro conseguiu para mim. Fiz a Faculdade de Direito, mas não advoguei. Fui trabalhar na gráfica de meu irmão e lá me aposentei.

    Depois que saiu, você continuou os estudos? Qual a sua profissão?

     

    Logo que saí, fiz Direito na UFMG e iniciei meus estudos. Hoje, sou aposentado.

     

    Mostre-nos sua família.

    Mesmo sendo pai de três filhas, duas netas e hum neto, tenho muitas mulheres na minha vida (6).

    Você parece cultivar a espiritualidade até hoje. Indicaria algum autor

    favorito nesse campo?

     

    Minha espiritualidade está fundamentada nos ensinamentos de Jesus Cristo e no Amor que, com desvelo, dedico à Maria Santíssima.

     

    Como decano da “Ex-secordis”, que você liderou por dez anos, aproveite

    este momento para registrar, em nossos anais, os primeiros tempos da

    nossa entidade. Acha que pode trazer velhos amigos para o convívio

    atual do grupo?

     

    Iniciamos na casa do Antônio Miranda e , juntamente com Carlos Alberto e eu, promovíamos, anualmente, um encontro que ocorria no prédio da Teologia, sempre com o beneplácito do Padre Augusto, Reitor na época.

     

    JD Vital