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Eu, poeta
À beira de minha longa jornada,
Nem todas as flores me enfeitaram.
Algumas continham poeira amarela da estrada.
Outras estavam entre o capim áspero.
( Ou estava eu?)
E passei, de repente, por elas,
Sem me importar.
Estava com muita pressa.
Que pena!
Só agora diviso...
Mas não respondo, nem contesto.
Somente sorrio, eu poeta...
Com tantas flores abandonadas.
Heleno Célio Soares
