• Censura

     

    E até eu me censuro

     

    Porque loucamente me adolesço.

     

    Cada vez, cada vez mais,

     

    Me mergulho em doce veneno,

     

    Assim como quem entra

     

    Numa anestésica sala de dança.

     

     

    Há muito, deixei as rimas sonoras, sibilantes,

     

    E me deixo capturar

     

    Na realidade que não mais se esconde.

     

     

     

    Na verdade, não sei como navegar.

     

     

     

    Não estava no mapa

     

    A ilha que hora aparece.

     

    E é essa ilha que brinca

     

    De hospedar o errante navegador.

     

     

     

    Nem sou mais o antigo caçador.

     

    Já me embriago com outro canto,

     

    Enquanto o incêndio

     

    Teima em me queimar.

    Heleno Célio Soares