-
Tu me ensinaste
Ernest Hemingway,
Tu me ensinaste.
Entre tantos humanos,
E até enviados de Deus,
A honra ao juramento.
Teu peixe chegou à praia,
E junto, ao que dele sobrou,
O restante feliz do velho pescador.
A felicidade do Velho Lobo
Foi cumprir a promessa.
Destemido...
O anseio de trazer á praia
Aquele espadarte
Era sua honra.
Acima de sua felicidade pessoal.
És lembrado, pescador!
Por todas as nações!
És eterno pescador!
Venceste a ti mesmo
E à tua grande dor.
E continuas vivendo,
Em cada um de nós.
Os fracassos foram esquecidos.
És lembrado por tua determinação.
Prometeste trazer o grande peixe?
Ei-lo!
Teu juramento
Mais me faz amar-te.
Desistir, Velho Lobo do Mar!
Não foi tua sina!
Buscar novos e diferentes peixes?
Velho lobo do mar,
Não é isso que me ensinas.
Tua retidão e coerência
Não podem
Nas águas desaparecerem,
Mesmo com os grandes fracassos.
Tu te fazes sagrado
Para toda a humanidade,
Na busca árdua e gostosa
De tua promessa.
Te abençoo,
Velho Lobo do Mar!
Abençoo teu criador:
Hernest Hemingway.
Heleno Célio Soares
