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O Salmo 133 é um cântico de romaria. É a explosão de alegria dos romeiros que, chegando a Jerusalém para celebrar uma grande festa, acampam ao redor da cidade. Então, o Salmista celebra a união e a fraternidade do povo: “como é bom habitar todos juntos, como irmãos!” (v.1). Mas isto não é tão simples assim!
Jesus irá nos lembrar de que o amor pelo próximo é o mesmo amor que se tem por Deus: “Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, com toda a alma, com toda a mente. Este é o preceito mais importante, porém o segundo é equivalente: Amarás o próximo como a ti mesmo. Toda a Lei e os Profetas se sustentam nestes dois preceitos”, isto é, a Escritura inteira se resume nisto.
Quando nos esforçamos para amar os outros com o mesmo amor que se tem por Deus, impulsionados pelo mesmo amor do Cristo, pela mesma compaixão, pelo mesmo dom de si, vendo-os com os olhos do Cristo, o amor fraterno se torna, melhor que todos os conceitos ou idéias, um meio inteligível para se conhecer a Deus, na inesgotável infinitude deste amor.
Isto supõe, porém, uma abordagem evangélica dos outros, nossos companheiros e companheiras de humanidade:
Não esperar receber deles ou delas o que quer que seja, nem sua gratidão, nem mesmo sua conversão.
Estar apenas atento à outra pessoa e considerar que esta pessoa tem um valor infinito e que é amada por Deus aqui e agora. Estar pronto a servir. A escutar. E ser um instrumento para transmitir o amor que Deus tem por todos os seres humanos.
O amor fraterno é tão exigente, tão duro, tão implacável quanto o amor de Deus.
A Oração Universal pela Paz quer ser ao mesmo tempo súplica, projeto de vida e missão que assumimos, prolongando, onde quer que estejamos, a missão que Jesus recebeu do Pai e, ao partir, entregou a todos os que o seguem: “A paz esteja convosco! Como o Pai me enviou, eu vos envio” (Jo 20,21).
Senhor,
fazei-me um instrumento de vossa Paz!
Onde houver ódio, que eu leve o amor;
onde houver ofensa, que eu leve o perdão;
onde houver discórdia, que eu leve a união;
onde houver dúvida, que eu leve a fé;
onde houver erro, que eu leve a verdade;
onde houver desespero, que eu leve a esperança;
onde houver tristeza, que eu leve a alegria;
onde houver trevas, que eu leve a luz!
Ó Mestre,
fazei que eu procure mais
consolar que ser consolado;
compreender, que ser compreendido;
amar, que ser amado.
Pois, é dando que se recebe,
é perdoando que se é perdoado,
e é morrendo que se nasce para a vida eterna!
Um forte abraço, amigo e fraterno, a todos os companheiros e companheiras de estrada da vida, que comem comigo o mesmo pão da Esperança na Vida mais forte do que a Morte e que se fizeram, de alguma forma, pelos muitos caminhos da vida, peregrinos do Absoluto.
Padre Reginaldo
 
