XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM Lucas 14, 25-33 Se alguém vem a Jesus…- Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS
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XXIII DOMINGO DO TEMPO COMUM
Lucas 14, 25-33
Se alguém vem a Jesus…
1. “Mas não se desapega de seu pai e sua mãe... não pode ser meu discípulo” (v.26). Desapegar-se não significa rejeitar ou odiar, mas estabelecer prioridades na experiência do amor. Quer dizer, não antepor nada a Jesus Cristo e, a partir de Jesus Cristo, amar os outros (colocar os outros na perspectiva do amor de Deus e do amor a Deus). Quando se ama sem a fonte do amor, aliás, sem o Amor (que é o mesmo Deus), então exploramos, utilizamos ou criamos falsos apegos, perdendo a liberdade. Será justamente este amor que nos permitirá entender que é preciso “carregar a cruz”, quer dizer: identificar-se com o modo de amar de Jesus Cristo, dando a vida, assumindo toda tarefa e compromisso com as suas consequências, sobretudo a de entregar-se, a de ser para os outros como o foi Jesus. Isto é exigente, por isso implica ponderar se se é capaz de assumir o seguimento de Jesus com as suas exigências.
2. “Qual de vós, querendo construir uma torre, não se senta primeiro e calcula os gastos, para ver se tem o suficiente para terminar?” “Ou ainda: Qual rei que, ao sair para guerrear com outro, não se senta primeiro e examina bem se com dez mil homens poderá enfrentar o outro que marcha contra ele com vinte mil?” (v.28). A experiência do seguimento de Jesus, não pode ser fruto de um entusiasmo vazio, ou de um falso sentimentalismo, ou de uma “efervescência” (que assim como sobe rapidamente também baixa rapidamente). O seguimento de Jesus implica discernimento, decisão, perseverança, coragem. Não bastam as boas intenções!
3. “Do mesmo modo, portanto, qualquer um de vós, se não renunciar a tudo o que tem, não pode ser meu discípulo!” (v.33). Ter o suficiente para construir a torre e ter os homens para poder enfrentar a guerra, significa para nós ter o coração suficientemente livre de qualquer apego e totalmente disponível para encher-nos do amor que vem de Deus. Só um cristão que sabe subordinar-se inteiramente ao amor de Jesus Cristo, pode ser capaz de carregar a cruz, de se doar, de gerar vida para os outros. Quando Jesus Cristo é o nosso “tudo”, então podemos renunciar a todo o mais e sermos inteiramente para os outros.
Peçamos ao Senhor que nos liberte de falsos entusiasmos e sentimentalismos. Que nos faça autênticos discípulos, totalmente livres para abraçar decisões duradouras e sólidas.
Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS