CRÔNICAS DO VÔ- UM POUCO DE POESIA, BEM POUCO, QUASE NADA
- 
						 
				 
POUCO
(À moda de Carlos Drummond de Andrade)
Um pouco de tudo
De tudo um pouco
Um pouco de saudade
Da dor um pouco
Um pouco de angústia
- ainda bem que pouco -
Da lágrima um pouco.
Um pouco de vazio
Um pouco de tédio
Do medo quase muito
Poucas verdades
Muito poucas certezas
Quase muitas mentiras
- quase. -
Um pouco de alegria
Um pouco de amor – oh, quão pouco!
Tantos sonhos que sobram poucos
Poucas fantasias para os sonhos desfeitos.
De esperança ainda pouco
Porque não tem como caber muito
Onde só cabe o pouco
Um pouco de tudo
De tudo um pouco
Pouco muito pouco
Quase nada.
Etelvaldo Vieira de Melo
 
