ESCRITOS HELÊNICOS - SILÊNCIO E MEDITAÇÃO




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  • Silêncio e meditação

     

    Já o incêndio, desta vez,

    Quase o fez... Quase me nocauteou.

    Já, a úmida neve,

    Em seu branco silêncio,

    Também me açulou.

     

    E surgiu, avassalador,

    O deserto grande, cinzento

    Qual oceano infinito,

    Tragando o navegador.

     

    Nessa guerra,

    Quebrante de vozes livres,

    Reconstruo, abafando desejos,

    Passo a passo,

    Até bebendo orvalho da madrugada,

    E andando vou. Só não voo.

     

    Ah! Como Hamlet...

    Enxergando fantasmas absurdos,

    Me levanto, cingido!

    Nem podendo mais incomodar

    As rosas plantadas em outros jardins.

     

    Prendo-me, agora, Príncipe Hamlet,

    Saciando a sede necessária

    De quem me pede a beber,

    Com os olhos e novos gestos,

    Na única fonte que aprendeu a visitar.

     

    E assim... Sou!

    Heleno Célio Soares