XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM - Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS



  • XVI DOMINGO DO TEMPO COMUM

    Marcos 6,30-34

     

       1. Pastor que restaura: “Vinde sozinhos para um lugar deserto, e descansai um pouco. Então foram sozinhos, de barco, para um lugar deserto e afastado” (vv. 31a.32). Depois de ter feito e ensinado em nome de Jesus, os apóstolos precisam descansar. A necessidade do descanso denota que ofereceram o melhor deles. É belo partilhar não só a missão, mas também o encontro e a intimidade, na amizade que reconhece a beleza do descanso. Na correria da ação, o descanso é necessário e restaurador; quem se esforça merece o descanso, como momento de intimidade, de saborear pausadamente a vida e o outro, de celebrar a alegria da missão bem feita, de retomar forças para continuar na tarefa.  Os apóstolos vivem o descanso juntamente com Jesus. Em nossa vida, temos tanta pressa que, por vezes, esquecemos a beleza de dar uma pausa, de repousar, de voltar à fonte. Aprender a descansar “em Jesus”, sob o seu olhar amoroso e restaurador, no encontro festivo com aqueles que fazem parte da nossa história, é importante, para agradecer, abraçar-nos, ouvir-nos e recuperar experiências perdidas. Que a grande quantidade de atividades não nos roube a serenidade que brota do repouso. É preciso deixar-nos restaurar pelo Pastor, é ele mesmo que nos convida ao repouso. Se queremos restaurar corações, é preciso sermos restaurados por aquele que é a fonte da vida mesma.

     

       "Pelos prados e campinas verdejantes ele me leva a descansar. Para as águas repousantes me encaminha, e restaura as minhas forças".

     

       2. Povo que procura: “Havia, de fato, tanta gente chegando e saindo que não tinham tempo nem para comer. Muitos os viram partir e reconheceram que eram eles. Saindo de todas as cidades, correram a pé, e chegaram lá antes deles” (vv. 31b.33). O povo está necessitado, ávido de vida, um povo que cansado e agoniado pelas fatigas da vida, tem visto uma luz, uma palavra de esperança, uma presença de vida no que os apóstolos transmitiam. Eles levavam Jesus, agiam e falavam o que tinham visto e ouvido de Jesus. Eles transmitem a vida que o povo precisa. Essa “tanta gente”, é também o ser humano de hoje que, mesmo confuso, precisa da Palavra da Salvação, da atração que exerciam os apóstolos sobre o povo, da beleza do Evangelho. É preciso que reconheçamos hoje, o grito das multidões e ofereçamos-lhes o mais belo que temos: Jesus Cristo, a sua salvação, a vida que Ele é. Quantas vezes, por causa de nossa moleza temos escondido a beleza do Evangelho: “Ai dos pastores que deixam perder-se e dispersar-se o rebanho de minha pastagem, diz o Senhor!” (Jr 23, 1).

     

       "Mesmo que eu passe pelo vale tenebroso, nenhum mal eu temerei; estais comigo com bastão e com cajado; eles me dão a segurança!"

     

       3. Pastor que tem compaixão

    “Ao desembarcar, Jesus viu uma numerosa multidão e teve compaixão, porque eram como ovelhas sem pastor. Começou, pois, a ensinar-lhes muitas coisas” (v. 34). Jesus sabe enxergar a profundidade do coração humano, e deixar-se mover internamente pela realidade que vive a multidão que está à procura de vida. Mas, poderia mostrar, a expressão “compaixão”, uma contradição que suscita o fato de que a multidão que procura, não ache a vida que os responsáveis do povo (pastores) têm para oferecer? É preciso aproximar-nos do Pastor que conhece nossos sofrimentos, medos e angústias, mas sobretudo a necessidade que temos de vida, de sermos autenticamente amados por um amor que só Ele nos pode oferecer, porque Ele mesmo é o Amor.

     

     “O Senhor é o pastor que me conduz; não me falta coisa alguma”.

     

       O verdadeiro descanso é sermos amados pelo mesmo Amor e Jesus é o Amor feito carne, o Pastor que sacia o coração faminto do seu povo. Vamos a Ele e n’Ele repousemos.

     

       A Ele que nos prometeu pastores, roguemos para que envie pastores, que não olhem para si mesmos, que não procurem ser protagonistas, que não maltratem o nome de Jesus usando-o para os próprios interesses. Pastores que saibam oferecer o mais belo que temos: Jesus Cristo, o Pastor que dá vida.

     

    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS