SANTÍSSIMA TRINDADE – Mateus 28,16-20 - Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS



  • SANTÍSSIMA TRINDADE – Mateus 28,16-20

     

       Toda a nossa vida como cristãos está sob o olhar amoroso da Santíssima Trindade (Um só Deus em três pessoas distintas). De fato, em tudo invocamos a Deus: “Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo” (cfr. v. 19). Também o conteúdo da nossa fé é o mesmo Deus: “Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho”.

     

       “Pai santo, Deus eterno e todo-poderoso. Com vosso Filho único e o Espírito Santo, sois um só Deus e um só Senhor. Não uma única pessoa, mas três pessoas num só Deus. Tudo o que revelastes e nós cremos a respeito de vossa glória atribuímos igualmente ao Filho e ao Espírito Santo. E, proclamando que sois o Deus eterno e verdadeiro, adoramos cada uma das três pessoas, na mesma natureza e igual majestade” (Prefácio da Santíssima Trindade).

     

    Temos pensado o que significa crer, invocar a Deus, à Santíssima Trindade?

     

       1. Deus é Amor: Toda ação de Deus na história nos revela quem é Deus. Faz ouvir a sua voz e escolhe para si um povo (Dt 4,33-34); nos conduz e faz-nos seus filhos (Rm 8,14); está presente na sua Igreja até o fim do mundo (Mt 28,20b).

     

       2. Deus é salvação: faz-nos partícipes da sua vida para que sejamos seus filhos: “mas recebestes um espírito de filhos adotivos... O próprio Espírito se une ao nosso espírito para nos atestar que somos filhos de Deus” (Rm 14.16), de tal modo que não caminhamos para o fracasso, mas para a plenitude no Amor, “se realmente sofremos com ele, é para sermos também glorificados com ele” (Rm 8,17).

     

       3. O homem livremente entra na dinâmica deste amor e desta salvação: “Reconhece, pois, hoje, e grava-o no teu coração ...Guarda suas leis e mandamentos” (cfr. Dt 4,39.40). Viver na dinâmica do Amor plenifica; rejeitar o Amor, frustra. Ou então, a luz do Amor evidencia (julga) a ausência do amor em nós. De fato, na medida em que se “observar tudo o que o Senhor ordenou” (cf. Mt 28,20), seremos presença de Deus Trindade, Deus-Amor no mundo.

     

       Assim, crer em Deus é aceitar a vida que Ele nos oferece. Tudo o que Ele é e faz é para nossa vida, para o homem viver como filho Seu (cfr. Rm 8,15). Deus, que é Amor, tem como desígnio para nós a salvação e a vida. Deus não condena, é o homem que, rejeitando o amor, frustra a sua existência.

     

       Professar “creio em Deus Pai” é reconhecer que Ele é a fonte da vida, que fomos criados por amor e não por acaso, que somos filhos amados. “Mas, porque sois o Deus de bondade e a fonte da vida, fizestes todas as coisas para cobrir de bênçãos as vossas criaturas e a muitos alegrar com a vossa luz. Nós proclamamos a vossa grandeza, Pai santo, a sabedoria e o amor com que fizestes todas as coisas” (cfr. Oração Eucarística IV).

       Professar “creio no Filho” é saber que o pecado e a morte não têm a última palavra sobre a nossa vida, que o nosso destino não é a frustração e que somos livres. “E de tal modo, Pai santo, amastes o mundo que, chegada a plenitude dos tempos, nos enviastes vosso próprio Filho para ser o nosso Salvador. E para realizar o vosso plano de amor, entregou-se à morte e, ressuscitando dos mortos, venceu a morte e renovou a vida” (cfr. OE IV)

       Professar “creio no Espírito Santo” é abrir-se a Deus que mora nos nossos corações e nos capacita para amar. Somos Filhos livres capacitados para o Amor. . “E, a fim de não mais vivermos para nós, mas para ele, que por nós morreu e ressuscitou, enviou de vós, ó Pai, o Espírito Santo, como primeiro dom aos vossos fiéis para santificar todas as coisas, levando à plenitude a sua obra”. (cfr. OE IV)

        E professando a nossa fé na Santíssima Trindade somos convidados a reconhecer o mistério dos outros que são os meus irmãos e, porque amados de Deus, dignos.

     

       Acolhamos esta bênção de São Paulo: “A graça do nosso Senhor Jesus Cristo, o amor de Deus (nosso Pai) e a comunhão do Espírito Santo estejam com todas vós” (cfr. 1Cor 13,13). Celebremos a graça de termos sido batizados “em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”, ou seja, de sermos inseridos no mistério do Amor. Não esqueçamos que somos possuídos amorosamente por Deus.        

     

    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS