CONVICÇÃO ANDARILHO

 

Por aí... lugar qualquer...

Ele vai... teimoso de ir.

Rumo certo... certeiro.

Nem sempre... mas, vai.

Vagueia, às vezes...

Incerto, daqui para ali.

Outras vezes, pra lá...

Ou, quiçá,  pra acolá.

Parece andar a esmo...

Mas, é determinado.

Voluntarioso no querer,

Pronto no seu fazer.

Vai direto ao ponto...

Bem claro... de chegada.

Não titubeia no decidir.

Pára, resoluto, onde der.

Fica bem, como puder.

Sempre quando quer.

 

Idas e vindas, iguais,

Ora, onde já se viu?

Nunca hão de ser,

As mesmas, jamais.

Ora, devagar, segue...

Calmo, sem pressa,

Degustando o tempo,

Como lhe convém,

Eterno imaginário,

Saboreando cada passo.

Apreciando cada ângulo

Que se lhe apresenta,

Em seu firme caminhar,

Aos seus olhos ávidos,

Atentos à longa jornada.

 

Andando, sempre, vai

Cumprindo sua sina.

Ora, inquieto e célere,

Atarefado em chegar

Ao destino mistério.

Não tendo tempo a perder,

Atropela o próprio passo,

Perseguindo sua meta,

Persistente, não desiste.

Não é seu, o caminho,

Sendo, ele, o caminhante.

Conhecida por todos

Que por ali passam,

Não é sua a jornada.

Seu objetivo indefinido

É  o momento que faz.

 

Cada instante, sim...

Determinado em seu querer.

Em cada lugar que passa,

Decidido, viandante, segue.

Aparentemente sem norte,

Convicto passo seguro.

Com paradeiro previsto,

Seu destino foi quem traçou.

Consciente do seu querer...

Desvairado, sem saber...

Impulsivo no seu fazer...

 

Andarilho errante...

Cidadão do mundo...

Piloto fora de pista...

Convicto navegante.

Chega onde pode...

Onde vê que vai dar.

Pára quando quer...

Como manda a vontade.

Fica do seu jeito...

Respeitando o lugar...

Satisfeito de chegar.

Uma presença se faz...

Um presente notável.

Um marcante estar.

Impossível não notar.

 

Marcos Carvalho