IV DOMINGO DO TEMPO ORDINÁRIO - MARCOS 1,21-28



  • IV DOMINGO DO TEMPO ORDINÁRIO - MARCOS 1,21-28

     

       1. "Ensinava como quem tem autoridade" (v.22) De onde vem a autoridade de Jesus? A sua Palavra se verifica nas suas obras; as suas obras estão sustentadas na sua Palavra: “O que é isto? Um ensinamento novo dado com autoridade: Ele manda até nos espíritos maus, e eles obedecem!” (Mc 1, 27). Ele vem de Deus. O Espírito de Deus está nEle. Só Ele que é o Amor pode conter uma palavra com poder transformador: “Cala-te e sai dele!” Então o espírito mau sacudiu o homem com violência, deu um grande grito e saiu” (Mc 1, 25b-26). Tudo o que Ele faz e diz salva o homem, o humaniza, o tira da sua miséria. Assim, aproximando-nos dEle podemos experimentar a eficácia da sua palavra e o poder transformador do seu amor. A sua autoridade age em nós salvando-nos, humanizando-nos.

     

       2. Nós, que recebemos esta palavra eficaz de Jesus, somos convidados a exercer uma autoridade: aquela que nos vem do encontro com o Filho de Deus, que faz com que nós com a nossa coerência de vida façamos a vida dos outros mais bela, mais humana. Essa é a autoridade que temos aprendido do Mestre. Esse o verdadeiro profetismo que somos convidados a viver hoje. Só enchendo-nos do Amor poderemos agir com a força que dele vem. A maior autoridade está no exercício do Amor em coerência com o projeto de Deus (cfr. Dt 18,20) e como fruto da atitude do discípulo que escuta e obedece (Dt 18,19, Sl 94). Que nossa vida seja o maior sinal do que professamos na fé.

     

       3. “O Senhor teu Deus fará surgir para ti, da tua nação e do meio de teus irmãos, um profeta como eu: a ele deverás escutar” (Dt 18, 15). Deus nos fala. Sua palavra contém não só um mensagem, um conteúdo, mas uma relação, suscita um encontro. E a resposta deve ser a escuta, que não é só ouvir, mas deixar que a mensagem passe pelo coração e transforme a quem a escuta: “Eu mesmo pedirei contas a quem não escutar as minhas palavras que ele pronunciar em meu nome” (Dt 18, 19). No exercício da escuta se desenvolve o discernimento para identificar àqueles que fazem de Deus uma máscara ou o seu “esconderijo” para falarem dos seus interesses e truques. Assim, só quem sabe escutar Deus, sabe discernir e não se deixa fascinar pelos mentirosos (mesmo que falem em nome de Deus). “Mas o profeta que tiver a ousadia de dizer em meu nome alguma coisa que não lhe mandei ou se falar em nome de outros deuses, esse profeta deverá morrer” (Dt 15, 20).

     

    Não fecheis o coração, ouvi hoje a voz de Deus! (cfr. Sl 94).

     

    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS