POESIA EM TEMPOS DE PANDEMIA: DE DESEJO E FANTASIA - ETELVALDO V MELO




Clique aqui para ampliar

  • Entre nuvens, voa suave o elefante

    abanando suas grandes orelhas

    de lá para cá, de cá para lá

    (como se estivesse a remar)

     

    Entre nuvens, voa delicado o elefante

    movendo suas enormes patas

    para frente e para trás, para trás e para frente

    (como se estivesse a nadar)

     

    Entre nuvens, voa sutil o elefante

    torcendo seu engraçado rabo

    ora pra direita, ora pra esquerda

    (como se estivesse a sinalizar)

     

    Entre nuvens, voa atento o elefante

    balançando seu enrugado nariz

    para cima e para baixo, para baixo e para cima

    (como se estivesse a farejar)

     

    O que faz o elefante tão cedo entre as nuvens?

    Não vê que o sol nem bem acordou ainda?

    Por que balança o nariz, torce o rabo

    Move as patas, abana as orelhas?

     

    O elefante suave

    delicado

    sutil

    e atento

    voa voa em busca da flor de gnaus

    aquela que sobre um floco de nuvem

    acaba de nascer.

    Etelvaldo Vieira de Melo