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ALI-BABÁ
Abre-te, gentil caverna.
Venho fugir do mundo.
Quero no teu seio
Livrar-me da tocaia, da inquietude.
Almejo pelo seio, amável templo,
Gotejando nesse tempo ignorado.
Pelo amor puro, em águas diluído,
No interior da gruta me sepulcro.
(Adormeço entre longos licores).
Lá fora, eu-Outro aturde os olhos,
Mas nada os perturba ou divide
Na obscuridade do teu ventre.
Um freixo, um seixo, apenas sou,
Ao colher dentro em ti, silenciosa,
O caminho, a integridade e a vida.
Graça Rios
