MEMÓRIAS DO CORAÇÃO - A MISSA "TERRIBILIS" (VICENTE DE MELO)




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  • A Missa “terribilis”

    Se não me falha a memória septuagenária, o ”causo” aconteceu lá pelos idos de hum mil novecentos e sessenta e seis. O cenário era a capela do prédio da Filosofia do Seminário Maior, onde aconteciam momentos de oração várias vezes ao dia, sem que faltasse a celebração da Santa Missa ao entardecer, antes do esperado e desejado jantar com alguma novidade no cardápio.

    “In illo tempore”, à guisa de contextualização,  usávamos batina,  e eu dividia o alojamento com os saudosos colegas José Saturnino Alves  – Fenemê – e o Anderson Cordélio Gandra, ambos já retornados à Casa do Pai.

    Era habitual, ou fazia parte do Regulamento, uma breve fala   sobre a Missa do dia e a indicação do texto litúrgico, naturalmente em Latim,  a fim de que todos pudessem acompanhar no “ LIBER USUALIS”.

    Naquele memorável dia eu fora escalado para fazer o ritual que precedia a celebração e o presidente era o então Reitor do Seminário Maior, Padre Hélio Ângelo Raso, conhecido pela sua sisudez  e, por conseguinte, um homem de pouco riso.

    Sentia-me importante e , ao mesmo tempo, um pouco nervoso por  desempenhar aquela função. Contudo, de forma destemida, falei bonito sobre a celebração do dia – não me lembro qual era o  santo homenageado – e chegou o momento fatídico e conclusivo  da minha fala: ”A Missa de hoje será “terribilis”.  “Terribilis est loco iste...”, estão lembrados?  A turma não se conteve e, em bom e alto som, soltou uma bela embora contida risada. Nem o Padre Hélio se fez omisso e, em uma das poucas vezes que tal fato ocorrera, eu o vi sorrindo largamente.

    Este “causo” nunca saiu de minha memória e me faz muito  bem lembrá-lo ou contá-lo para algum colega, como o faço  agora para vocês, leitores do nosso “site” www.exsecordis.com.br

     

    Vicente de Melo