DE QUE LADO ESTAREMOS?



  • DE QUE LADO ESTAREMOS?

     

    Caifás não falou isso por si mesmo. “Sendo sumo sacerdote em função naquele ano, profetizou que Jesus iria morrer pela nação" (Jo 11,51)

     

     O Evangelho de hoje nos dá a oportunidade de fazer uma catequese importante para o amadurecimento de nossa fé. Algumas pessoas escandalizadas com a fraqueza de alguns ministros acabam abandonando a Igreja por não entender algo de fundamental, isto é, aquilo que a Igreja ensina e denomina como "Graça de Estado", vemos claramente na afirmação que Caifas foi usado por Deus para profetizar a morte de Jesus (cf. Jo 11,51), embora este não estivesse em graça, pois era do grupo daqueles que planejavam matar Jesus (cf. Jo 11, 48-53).

     

     Deste modo, a passagem do Evangelho de hoje nos convida a enxergar o mistério de Deus que atua por meio da fragilidade humana, pois Deus não escolhe pessoas perfeitas como ministros e de outro lado somos recordados acerca da responsabilidade que temos de rezar por aqueles que Deus elege a tão augusto ministério.

     

     Certa vez, Bento XVI assim falou: “A oração constante e profunda faz crescer a fé da comunidade cristã, na certeza sempre renovada de que Deus nunca abandona o seu povo e que o sustenta suscitando vocações especiais, para o sacerdócio e para a vida consagrada”. Assim, se desejamos ter santos representantes de Cristo em nosso meio, devemos rezar pelos sacerdotes, suplicando a Deus que os proteja das investidas do demônio.

     

     Noutro giro, o Evangelho de hoje suscita uma grande pergunta, pois Caifás profetiza sobre a batalha entre as trevas e a luz, a pergunta não é quem vencerá, pois sabemos que embora as trevas cubram a terra por certo tempo (cf. Mt 27,45), sabemos que a luz triunfará (cf. Mc 16,6). A grande pergunta é: — De que lado estaremos quando Ele manifestar a sua glória?

     

     Façamos um exame de consciência: Qual é minha atitude diante de tudo que vejo nas midias em relação a queda de sacerdotes, simplesmente sou um acusador ou alguém que, embora lamente e não aprove, também tem rezado e pedido ao Senhor que santifique seus ministros e faça prevalecer a verdade e a justiça diante aqueles casos, e não são poucos, dos que são injustamente acusados e tem a reputação vipendiada. Além disso, tenho sido uma presença que edifica e ajuda os sacerdotes a vierem o ministério presbiteral?

     

     Nossa família não é perfeita, existem sempre problemas nela, mas não saímos por aí expondo seu problema ou dramas. Existem "católicos" que saem por aí, com a boca cheia de acusações contra a Igreja e sacerdotes e expõe seus dramas e crises internas; isto por falta de uma consciência de pertença, ou seja, não se acham filhos da Igreja, por isso, se colocam como um fariseu que diz em seu íntimo: "Deus, eu te agradeço porque não sou como os outros homens, ladrões, desonestos, adúlteros, nem como este cobrador de impostos.Eu jejuo duas vezes por semana, e dou o dízimo de toda a minha renda" (Lc 18,11-12). Ou ainda, como Adão e Eva que comeram do fruto, porque achavam que o Juízo de Deus sobre aquela árvore é as consequências daquele fruto, eram bobagem, pois Deus estava exagerando.

     

     Por fim, que possamos criticar e acusar menos e rezar e apoiar mais, pois

    "atrás de cada padre, existe um demônio lutando pela sua queda. Se temos palavras para criticá-los, devemos ter o dobro para rezar por eles" (Santa Teresa DÁvila). Então, reze hoje uma Ave Maria pelo seu pároco e diga a Ele na Quinta Feira Santa, dia da Instituição da Eucaristia e do Sacerdócio, que você reza por Ele, além de deixa-lo feliz, isso lhe fará um bem tamanho, pois a mim faz bem quando fico sabendo que muitas vezes no deserto da vida quando Satanás aparece para me tentar, tenho ao meu lado um povo que reza e pede para que eu vença o tentador.

     

    Santa Páscoa a todos!