SANTO DO DIA - SÃO MARTINIANO (13/2)




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  • FONTE: santosebeatoscatolicos.com

    SANTO DO DIA – SÃO MARTINIANO (13/2)

     

    Martiniano era um monge eremita,

    mas acabou se tornando um

     andarilho para que o pecado

    nunca o achasse “em endereço fixo”.

     

     

    São Martiniano foi capaz de  converter muitos que o procuravam e ser instrumento de muitos milagres.

     

    Nasceu no século IV, em Cesareia, na Palestina. Desde a tenra idade decidiu ligar sua vida a Deus e aos dezoito anos ingressou numa comunidade de eremitas, não muito distante da sua cidade, onde se entregou à vida reclusa e viveu durante sete anos. A fama de sua sabedoria percorreu a Palestina e Martiniano passou a ser procurado por gente de todo o país que lhe pedia conselhos, orientação espiritual, a cura de doenças e até a expulsão de maus espíritos.

    Muito jovem, discerniu sua vocação à vida de eremita; retirou-se a um lugar distante para se entregar à vida de sacrifício e de oração pela salvação das pessoas e também pela própria conversão. Ele vivia um grande combate contra o homem velho, aquele que tem fome de pecado, que é desequilibrado pela consequência do pecado original que atingiu a humanidade que todos nós herdamos. Mas foi pela Misericórdia, pela força do Espírito Santo, que ele se tornou santo.

    Sua fama foi se espalhando e muitos procuravam Martiniano. Embora jovem, ele era cheio do Espírito Santo para o aconselhamento, a direção espiritual, até apresentando situações de enfermidades, na qual ele clamava ao Senhor Jesus pela cura e muitos milagres aconteciam. Através dele, Jesus curava os enfermos.

    Homem humilde, buscava a vontade de Deus dentro deste drama de querer ser santo, mas ter a carnalidade sempre presente. Seu jovem corpo era atormentado pelas paixões carnais e sua alma turbava-se ante as tentações diabólicas que eram vencidas através dos frequentes jejuns, orações e trabalhos. Assim viveu durante 25 anos.

    Graças à sua continência, uma mulher que veio especialmente para tentá-lo se converteu à santidade. Aconteceu que Zoé, uma mulher muito rica, mas dada aos prazeres carnais e também às aventuras com um grupo de amigos, fez uma aposta de que levaria o santo para o pecado. Vestiu-se com vestes simples e pobres, pediu para que ele a abrigasse por um dia. Ele deixou que ela entrasse, acomodou-a e foi para os aposentos do fundo da casa, onde rezou entoando cânticos de louvor ao Senhor, antes de se recolher para dormir.

    Mesmo assim, Zoé não desistiu. Eles dormiram em lugares distantes, mas ela, depois, vestiu-se com uma roupa sedutora e foi ser instrumento de sedução para Martiniano. Conta-nos a história que ele caiu na tentação.

    Os santos não foram homens e mulheres de aço, pelo contrário, ao tomar consciência daquele pecado, ele se prostrou, arrependeu-se, penitenciou-se, mergulhou o seu coração e a sua natureza na misericórdia de Deus. Claro que o Senhor o perdoou. Só há um pecado que Deus não perdoa: aquele do qual não somos capazes de nos arrepender.

    São Martiniano arrependeu-se e retomou o seu propósito. Certa vez ele pisou com os pés descalços sobre brasas ardentes e, com muito esforço e suportando a dor, gritou: «e como será então o fogo do inferno?» Surpreendida pela força espiritual e pelos sofrimentos do eremita, Zoê se arrependeu e pediu que orasse por ela. Ele foi um instrumento de evangelização para aquela mulher que, de tal forma, também acolheu a graça do arrependimento, entrou para a vida religiosa e consagrou-se, fazendo parte do mosteiro das religiosas de Santa Paula em Belém, e ali se santificou, sendo hoje conhecida por Santa Zoé. Lá, Zoé viveu durante 12 anos até seu falecimento, esforçando-se espiritualmente para expiar seus pecados. Até o último dia de sua vida, Zoé não bebia vinho e se alimentava de pão e água, dormindo no chão.

    Por sua vez, Martiniano, mudou-se dali para uma ilha e não tinha sequer um teto. Recebia alimentação do dono de um barco para o qual confeccionava cestos. Porém, certa vez, naquelas águas que rodeavam a ilha ocorreu um naufrágio de um navio e uma jovem passageira chamada Fotinia que se salvou lhe pediu abrigo. Ele consentiu que ela ficasse, mas para não sentir a tentação novamente abandonou o lugar a nado, apesar de o continente ficar muito distante. A tradição diz que ele não nadou, mas que Deus mandou dois delfins para apanhá-lo e levá-lo à terra firme, são e salvo. Santa Fotinia ficou na ilha onde viveu durante mais seis anos até seu falecimento.

    São Martiniano alcançou o Sul da Grécia por onde peregrinou durante dois meses até chegar a Atenas, onde faleceu em paz. O fato é que, depois do novo perigo que sua carne enfrentou na ilha, Martiniano tomou uma decisão radical, tornou-se andarilho para nunca mais ter de abrigar ninguém e ser tentado pelo pecado. Vivia da caridade alheia e morreu em Atenas, no ano 400, depois de parar a caminhada numa igreja da cidade. Sabia que o momento chegara, recebeu os sacramentos e partiu para a Casa do Pai serenamente e na santa paz.

    Santo não é aquele que “nunca pecou”. A oração, a vigilância e o mergulho da própria miséria na Misericórdia Divina é o que nos santifica.

     

    São Martiniano, rogai por nós!