SANTO DO DIA - SANTA MARGARIDA MARIA DE ALACOQUE E SANTA EDWIGES (16/10)




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  • FONTE: www.rs21.com.br

    SANTO DO DIA – SANTA MARGARIDA MARIA DE ALACOQUE E SANTA EDWIGES (16/10)

     

    Santa Margarida Maria Alacoque

     

    Margarida nasceu em 22 de julho de 1647, em Verosvres, na Borgonha, França. Aos quatro anos, consagrou a Deus sua pureza e fez voto de perpétua castidade. Quando tinha oito anos, seu pai morreu. Ela ingressou na escola das Clarissas, onde se sentiu atraída pela vida das religiosas e recebeu a comunhão aos nove anos, algo pouco comum para a época. Dois anos mais tarde, contraiu uma doença reumática dolorosa – desconhecida na época -, que a obrigou a ficar de cama até os 15 anos e, por isso, teve que regressar para sua casa. Buscou alívio na Virgem Maria, a quem prometeu que, se fosse curada, se tornaria religiosa e, assim, recuperou a saúde.

     

    A jovem, porém, se deixou levar pela vaidade e pelas diversões, mas a Virgem apareceu para ela em vários momentos para repreendê-la e encorajá-la em seu caminho de santidade. Aos poucos, foi tentada a se casar e começou a se preparar, considerando que talvez pudesse obter dispensa de seu voto, porque o fez quando era criança. Foi assim que em uma ocasião Jesus lhe disse que Ele tinha motivado o voto de castidade e que depois a tinha colocado aos cuidados de sua Santíssima Mãe.

     

    Mas Margarida só compreendeu que estava perdendo um tempo precioso, do qual lhe seria pedido contas rigorosas na hora da morte, quando o Senhor apareceu a ela desfigurado, flagelado e lhe disse: “E bem quererá gozar deste prazer? Eu não gozei jamais de nenhum, e me entreguei a todo gênero de amarguras por teu amor e por ganhar teu coração”.

     

    Mais tarde, depois de convencer seus parentes, ingressou no Convento da Visitação. Aos vinte e quatro anos foi para Paray-le-Monial, e entrou para a Ordem da Visitação, fundada por São Francisco de Sales, sessenta anos antes. Ali Margarida se desenvolveu de maneira humilde, obediente e sincera ante os sacrifícios da vida em comunidade e professou seus votos no dia 6 de novembro de 1672, aos 25 anos de idade.

     

    Um ano depois, na festividade de São João Evangelista de 1673, irmã Margarida Maria estava rezando diante do Santíssimo Sacramento quando Jesus se manifestou a ela de forma visível. Tal cena iria se repetir durante dois anos, sempre na primeira sexta-feira de cada mês. Ela recebeu revelações do Sagrado Coração de Jesus e sofria, todas as primeiras sextas-feiras do mês, uma reprodução da misteriosa chaga do lado.

     

    Por suas visões e doenças, começou a receber incompreensões e rejeições no convento, teve que passar por difíceis interrogatórios de teólogos e chegou-se a dizer que suas experiências místicas podiam ser obra do demônio. Tudo isso mudou quando ela conheceu o sacerdote jesuíta São Cláudio de la Colombière, que pôde ver nela sua santidade.

     

    Por obediência, escreveu o que Deus lhe tinha revelado e contou as mensagens divinas para sua comunidade. A princípio, foi humilhada, mas depois recebeu o apreço de suas irmãs.

     

    Ao final de dois anos, na manifestação de 1675, Jesus se apresentou com o peito aberto e, apontando para o coração disse: “Eis o Coração que tem amado tanto aos homens a ponto de nada poupar até exaurir-se e consumir-se para demonstrar-lhes o seu amor. E em reconhecimento não recebo senão ingratidão da maior parte deles”.

     

    Santa Margarida, lamentavelmente, não veria se cumprir na Igreja a instituição do dia do Sagrado Coração de Jesus, tal como Jesus Cristo lhe tinha pedido. Em 17 de outubro de 1690, tendo previamente indicado esta data como o dia de sua morte, partiu para a Casa do Pai, com 43 anos de idade e 18 de profissão religiosa.

     

    Entre os mosteiros das visitandinas, começou-se a propagar a devoção ao Coração de Jesus e, em 1765, o Papa Clemente XIII introduziu a Festa do Sagrado Coração em Roma. Em 1856, o Beato Pio IX a estendeu para toda a Igreja e, finalmente, em 1920, Margarida foi proclamada santa pelo Papa Bento XV.

     

    Deus suscitou este luzeiro, portadora da luz que é Cristo, num período em que na Igreja penetravam as trevas do jansenismo: doutrina que pregava um rigorismo que esfriava o amor de muitos e afastava o povo dos Sacramentos.

     

    A data da sua festa foi antecipada de um dia, para o dia 16 de outubro, para não coincidir com a de santo Inácio de Antioquia.

     

    Leão XIII consagrou o mundo ao Sagrado Coração de Jesus e o papa Pio XII recomendou esta devoção que nos leva ao encontro do coração eucarístico de Jesus. Em 1928, o Papa Pio XI concedeu à devoção a máxima categoria litúrgica, de Solenidade.

     

    Santa Margarida é padroeira da Rede Mundial de Oração do Papa (Apostolado da Oração) juntamente com Santa Teresinha do Menino Jesus, São Francisco Xavier e São Cláudio de la Colombière.

     

     

     

    Santa Edwiges

     

    No dia de hoje a Liturgia apresenta Santa Edwiges que nasceu na Bavária, Alemanha em 1174 e tornou-se modelo dos três estados de vida femininos: esposa, celibatária e viúva.

     

    Ainda criança, já mostrava mais apego às coisas espirituais do que às materiais, apesar de dispor de tudo o que quisesse comprar ou possuir. Em vez de divertir-se em festas da Corte, preferia manter-se recolhida para rezar.

     

    Aos doze anos, como era convencionado na casa real, foi dada em casamento a Henrique I, Duque da Silésia e da Polônia. Ela obedeceu aos pais e teve com o marido sete filhos. Quando completou vinte anos, e ele trinta e quatro, sentiu o chamado definitivo ao seguimento de Jesus. Então, conversou com o marido e decidiram manter dentro do casamento o voto de abstinência sexual.

     

    Edwiges entregou-se, então, à piedade e caridade. Guardava uma pequena parte de seus ganhos para si e o restante dava em auxílio ao próximo. Quando descobriu que muitas pessoas eram presas porque não tinham como saldar suas dívidas, passou a ir pessoalmente aos presídios para libertar tais prisioneiros, pagando-lhes as dívidas com seu próprio dinheiro. Após estarem livres, ela também lhes conseguia um emprego, de modo que pudessem sobreviver com dignidade.

     

    Construiu o Mosteiro de Trebnitz, na Polônia, ajudou a restaurar os outros e mandou erguer inúmeras igrejas. Desse modo, organizou uma grande rede de obras de caridade e assistência aos pobres. Além disso, visitava os hospitais constantemente para, pessoalmente, cuidar e limpar as chagas dos mais contaminados leprosos. Mas Edwiges tinha um especial carinho pelas viúvas e órfãos.

     

    Veio, então, um período de sucessivas desventuras familiares. Num curto espaço de tempo, assistiu à morte, um a um, dos seus seis filhos, ficando com vida apenas a filha Gertrudes. Logo em seguida, foi a vez do marido. Henrique I fora preso pelos inimigos num combate de guerra e, mesmo depois de libertado, acabou morrendo, vitimado por uma doença contraída na prisão.

     

    Agora viúva, e apesar da dura provação, Edwiges continuou a viver na virtude. Retirou-se do mundo, ingressou no convento que ela própria construíra, do qual a filha Gertrudes se tornara abadessa. Fez os votos de castidade e pobreza, a ponto de andar descalça sobre a neve quando atendia suas obras de caridade. Foi nessa época que recebeu o dom da cura, e operou muitos milagres, em cegos e outros enfermos, com o toque da mão e o sinal da cruz.

     

    Com fama de santidade, Edwiges morreu no dia 15 de outubro de 1243, no Mosteiro de Trebnitz, Polônia. Logo passou a ser cultuada como santa e o local de sua sepultura tornou-se centro de peregrinação para os fiéis cristãos. Em 1266, o Papa Clemente IV a canonizou oficialmente.

     

    A Igreja designou o dia 16 de outubro para a celebração da sua festa litúrgica. O culto a Santa Edwiges, padroeira dos pobres e endividados, é muito expressivo ainda hoje em todo o mundo católico.