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Utopia
Como tenho procurado o sol...
Mas ele tortura o poeta...
É uma utopia de esmeraldas...
Faz meu alimento e meu veneno.
Há um incêndio,
Ora escuro, ora vermelho,
Numa alma não livre.
Faz, cada vez mais,
Minha respiração mais opressa.
Acaso, teu passo é carícia?
Acaso as folhas secas de meus versos
São lâminas atraindo-me com seu vermelho brilho?
Nem sei mais onde estou...
Mas tudo no mundo me importa...
Carregarei o brando fardo
E me lançarei cada dia
Para transformar, junto a mim...
Tudo em carícia.
Heleno Célio Soares
 
