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Chovendo em mim
Está chovendo em mim. Está!
Espero, com meio sorriso, o sol
E Caminho para me amorenar.
Vou. Vou sim... Caminhar e me perdoar.
É minha esta jornada.
No meu endereço, em minha morada,
Há jarra de cristal e não se quebra...
Há também caminhos cediços de água...
Há barro para construção...
Há metal que se embaça...
Há deserto longo
Para se desvendar.
Há miragem também.
Vales com lírios para se colherem.
Verdade... muita verdade...
Sede... Muita sede...
Ora! Tem de haver...
Se a mão do sol ou da chuva é pesada...
Necessária, no entanto,
Para arrebatar flores na madrugada.
Heleno Célio Soares