PALAVRA DE VIDA PARA O MÊS DE SETEMBRO DE 2022 E PALAVRA DIÁRIA NA FAZENDA DA ESPERANÇA PARA 26.09.2022



  • PALAVRA DE VIDA PARA O MÊS DE SETEMBRO DE 2022 E PALAVRA DIÁRIA NA FAZENDA DA ESPERANÇA PARA 26.09.2022: “Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.” (1Cor 9,19)

     

    A PALAVRA de Vida deste mês se encontra na Primeira Carta de Paulo aos cristãos de Corinto (Grécia). Ele está em Éfeso (antiga cidade grega, na atual Turquia) e por meio dessas palavras procura dar uma série de respostas aos problemas que surgiram na comunidade grega de Corinto, cidade cosmopolita e grande centro comercial, famosa pelo templo de Afrodite, mas também pela proverbial corrupção.

     

    Alguns anos antes, os destinatários da Carta haviam se convertido do paganismo à fé cristã, graças à pregação do apóstolo. Uma das controvérsias que dividia a comunidade era: podemos ou não podemos comer carnes sacrificadas aos ídolos nos ritos pagãos?

     

    Dando relevo à liberdade que temos em Cristo, Paulo introduz uma ampla análise de como se comportar diante de certas escolhas, aprofundando particularmente o conceito de liberdade.

     

    “Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.”

     

    Uma vez que os cristãos sabem que “no mundo não existe nenhum ídolo e nenhum deus, a não ser um só” (1Cor 8,4), é claro que se torna indiferente comer ou não comer carnes sacrificadas aos ídolos. Mas o problema surge quando um cristão se encontra na presença dos que ainda não possuem esta compreensão, este conhecimento da fé, e a atitude dele pode, desse modo, escandalizar uma consciência fraca.

     

    Quando o conhecimento e o amor estão em jogo, para Paulo não há dúvida: o discípulo deve escolher o amor, renunciando até mesmo à sua própria liberdade, como fez Cristo, que livremente se tornou servo por amor.

     

    A atenção ao irmão fraco, aquele cuja consciência é frágil e que tem pouco conhecimento das coisas, é fundamental. O objetivo é “ganhar”, no sentido de levar a vida do Evangelho, tão boa e bonita, ao maior número possível de pessoas.

     

    “Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.”

     

    Como escreve Chiara Lubich: Se estamos incorporados em Cristo, se somos Ele, ter divisões, pensamentos conflitantes, é dividir Cristo. Quando, entre os primeiros cristãos, havia o perigo de quebrar a concórdia, eles eram aconselhados a ceder nas próprias ideias, contanto que se mantivesse a caridade. O mesmo acontece também hoje: às vezes, mesmo estando nós convencidos de que um determinado modo de pensar é o melhor, o Senhor nos sugere que é melhor ceder nas próprias ideias, é melhor o menos perfeito, mas de acordo com os outros, do que o mais perfeito em desacordo – contanto que seja salva a caridade com todos.

     

    E este “dobrar-se para não romper” é uma das características, talvez dolorosas, mas também mais eficazes e abençoadas por Deus, que mantém a unidade segundo o pensamento mais autêntico de Cristo, e consequentemente sabe apreciar o seu valor.

     

    “Assim, livre em relação a todos, eu me tornei escravo de todos, a fim de ganhar o maior número possível.”

     

    A experiência do cardeal vietnamita François van Thuan, que passou treze anos preso, nove deles em isolamento total, testemunha que, quando o amor é verdadeiro e desinteressado, também obtém como resposta o amor. Durante a sua prisão, ele ficou sendo vigiado por cinco guardas, mas os superiores decidiram substituí-los a cada quinze dias por outro grupo, porque estavam sendo “contaminados” pelo bispo. No final decidiram deixar sempre os mesmos, senão ele acabaria “contaminando” todos os guardas da prisão. O próprio cardeal conta: No início, os guardas não falavam comigo. Só respondiam sim e não. Uma noite me veio um pensamento: “François, você ainda é muito rico, você tem o amor de Jesus em seu coração; ame-os como Jesus amou você”. No dia seguinte, comecei a querê-los bem ainda mais, a amar Jesus neles, sorrindo, trocando palavras gentis com eles.  Pouco a pouco nos tornamos amigos Na prisão, com a ajuda de seus carcereiros, ele fez a cruz peitoral que usaria até a morte, símbolo da amizade nascida com eles: pequenos pedaços de madeira e uma correntinha de ferro.