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    Quando

     

     

     

    Quando meus passos brincam n’água,

     

    Leva a lama limpa sem pista...

     

    Quando, voa a pipa amarela

     

    E o laço leva recados até ela...

     

    Quando vaza meu peito

     

    De encontro ao aroma da manhã...

     

    Quando o baque da luz tão clara

     

    Me acorda noutra luz tão rara...

     

    Quando caço palavras,

     

    Crendo ser poeta ou artista...

     

    Quando os olhos se transformam em sonhos,

     

    E sinto a vida leve e sem chuva...

     

    Quando ainda levito

     

    Em lago tão claro e bem raso...

     

    O tempo é, então, somente único...

     

    Quando em meus braços o balaio

     

    É ainda o brincar de trabalho...

     

    Quando... Quando...

     

    O presente é tão lindo quanto o passado...

     

    É porque se apressa o meu passo.

     

    Heleno Célio Soares