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    Cheia de Luz

     

     

     

    Quando a alma está cheia de luz...

     

    Quando a intensa claridade nos cega...

     

    Quando a vida nos embriaga...

     

    Quando o rugido já é ímpeto

     

    E tortura...

     

     

     

     

     

    Não se sabe para onde abrir os braços...

     

    Abandonar todos os manuscritos,

     

    Reflexos multicoloridos da existência.

     

     

     

     

     

    Quando a luz se torna fogo...

     

    Quando, já, ruidosamente varre

     

    A antiga serenidade...

     

    Vê, melhor, a verdade...

     

    - (verdade?) –

     

    Do outro lado do dia...

     

    Não mais o fluir dos tranquilos pinheiros...

     

     

     

     

     

    A luz torna-se perpétua

     

    E derradeira convulsão;

     

    Então, em meus quadros,

     

    Desaparece o desassossego do pincel.

     

    E nele, quebra-se o raio tremulante,

     

    Pois tudo agora para mim é  luz.

     

    Heleno Célio Soares