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O meu, o nosso, o vosso...
Até onde a vista possa alcançar
seria teu,
mas na vida há além do teu,
o meu, o nosso e também o vosso.
Milhares de olhos
gerando turbilhões de desejos
e os territórios engendrados, desejados
vão compondo matemáticas uniões,
superpostas, atreladas, amalgamadas,
os cérebros e os corações, porém,
não os vêm juntos e sim separados.
Alguns possuem em si
o genuíno desejo da posse coletiva;
alguns são poucos, muito poucos
quando todos são contados aos milhões.
Desejar ter e possuir
é o mais individual dos desejos.
Acredito que se possa chegar ao mérito
de dividir bolo, cachaça, queijo,
mas tudo dividir é difícil de escandir.
Cada um por mais altruista
quer algo para chamar de seu.
E ele, esse alguém não perguntará
se tocou um naco ou se
jogaram um taco na mão do Zebedeu.
Todos queremos possuir e ter.
Os que já tem, querem mais;
os que nunca tiveram querem inaugurar
sua possessão, seu território, seu domínio,
mesmo que seja numa casca de Noz.
Por tudo isso, até onde a vista alcança
é muita extensão,
muitas coincidências e superposições
gerando conflitos e desditas;
levando à amealhação de aliados
para uma sempre nova revolução.
Pobres, sempre tereis convosco.
Pelo menos os “pobres de espírito “
não acabarão.
O mundo é pequeno para tanta gente,
para tantas nações.
Disssolver as nações
não produzirá um mundo melhor.
Será de outra cor, de outro viés,
mas melhor do que é, não será.
Até onde a vista alcançar...
amplifique teu desejo
e não tenha pejo de confessar :
- Para ter, não quero
nem matar, nem morrer.
Mande recado
aos comandantes e comandados:
-Prefiro vida simples, simplificada se possível
do que cair numa cilada
de resultado imprevisível.
Geraldo Felix Lima
Confins - 20/06/2022.