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Non–sense
Acordei e não me achei ,
estava todo vazio.
Então me perguntei se eu sabia
para onde eu tivesse ido.
Não tive resposta imediata.
Escarafunchei o cérebro,
esgaravatei o nariz e a mente.
Sem resposta evidentemente.
O que vou fazer hoje ?
Não me atinei, finquei unhas nas paredes.
Ainda me sinto, então vivo estou, confessei-me.
Fui à janela ,ergui os olhos para mais distante que pude.
Não via nada que me agradasse ou que valesse a pena.
Recolhi-me, fechando a janela.
Deitar de volta eu não queria.
Sentei-me, mecanimente respondi
no smart a todos os bons dias.
Interei-me então de que tudo continuava como dantes.
Eu ainda estava no Brasil de ontem.
Mordi os beiços mecanicamente ,
meu estômago urrou, senti fome.
Então me lembrei que quando se tem fome, se come.
Pus água a ferver para passar o café.
Pus pães de queijo para assar.
Minha mulher entrou pela cozinha,
já tinha tratado dos cães e gatos.
Sorriu-me, colocou café na xícara
tomou o primeiro gole, o lhou-me com Interesse :
– Você se esqueceu de que hoje vai trabalhar ?
– Não, não vou . Desisti do trabalho para sempre.
Geraldo Felix Lima
Confins – 13/6/2022.
 
