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    Desejo

     


    Entendo que nasci contornando o tempo...

     

    Não te passo ao lado...

     

    Capturo todas as rimas,

     

    As notas musicais e rapsódias.

     

    Não queria, não quero

     

    Ferir a doce árvore.

     

    Experimentei o sumo de sua fruta

     

    E tal qual o primeiro homem...

     

    Me enlouqueci.

     

     

     

     

     

    E enquanto o novo dia

     

    E o novo amanhã não se erguem,

     

    Minha voz engasgada se quebra...

     

    Juro: pela minha alma viva.

     

     

     

     

     

    Seguirei o caminho quase esquecido.

     

    Regarei as plantas que plantei.

     

    Sigo o grande mistério

     

    Na esperança de um dia além...

     

    Beijar os lábios da visitante alada.

     

    Heleno Célio Soares