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    Confessando

     

     

     

    Como o solo cinzento rompendo,

     

    Repasso diferentes cavernas.

     

    Há outros desafios:

     

    Amor... Fé... Esperança...

     

    Também afiadas flechas.

     

    Também lanças pontiagudas

     

    E até envenenadas.

     

     

     

    Vivo, já lhes disse: Há séculos.

     

    Tenho, pois, muita pressa.

     

    Sei a vida... Chama penetrante...

     

     

     

    Ora fogueira... Ora mar...

     

    Vento ou onda arremessante,

     

    Também estrela a fartar-se

     

    De esperança e também solidão.

     

    Não percebes tal em meu riso...

     

    Já lhes falei antes:

     

    Sou bufão!

     

     

     

    Hoje, procuro dentro de mim,

     

    Meio barroco, às vezes bem atrapalhado.

     

    Mas sou louco

     

    E nessa loucura um grande amor

     

    Procurei dentro de ti,

     

    Meu amor de tantos e tantos anos.

     

    Vi-me em teus grandes e olhos verdes,

     

    Tua imensa generosidade.

     

     

     

    Vi-me nas margens do grande rio,

     

    No colorido mutante das plantas,

     

    No azul do firmamento,

     

    Totalmente dentro de ti.

     

    Por isso, meu amor, sorri!

     

    Heleno Célio Soares