SANTO DO DIA - SANTO ISIDORO E SANTO UBALDO




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  • FONTE: rs21.com.br

    SANTO DO DIA – SANTO ISIDORO E SANTO UBALDO (10/05)

     Santo Isidoro

    Camponês

    Com quatro decretos emanados no mesmo dia (12/03/1622), o papa Gregório XV canoniza Inácio de Loyola, Teresa de Ávila, Francisco Xavier, Filipe Néri e Isidoro. Haviam chegado à santidade por caminhos bem diferentes. Isidoro conquistou a santidade cavando a terra. A pobreza da família (nasceu em Madri em 1080) obrigou-o ainda muito jovem a procurar trabalho braçal no campo. Como muitos camponeses, levanta-se ao cantar do galo para assistir à Missa antes de ir ao trabalho. Seu primeiro empregador, um tal Vera, muito o apreciou desde logo, seja pela vontade de trabalhar, seja pela sua retidão e honestidade. Não obstante isso, o incansável trabalhador foi acusado pelos companheiros inclusive de fugir do serviço.

    Porque se ausentava para rezar, diziam, movidos pela inveja e ciúme, que Isidoro abandonava o posto de trabalho. Era verdade, mas o jovem recuperava aquela horinha passada em oração a Deus nos tempos mais castigados pelo sol redobrando seu empenho. O proprietário não quis conversa e exigiu a entrega de toda a colheita do campo que lhe havia dado de meia, além do abandono imediato das práticas de piedade durante o trabalho. Deus premiou o humilde e paciente trabalhador, multiplicando o pouco trigo que ficara nas tulhas. Quando pôde voltar ao seu torrão natal, após forçada emigração, foi contratado por proprietário de terra mais compreensivo, João Vargas, que fez dele seu braço direito.

    Novamente atingido pela maledicência dos outros trabalhadores, Isidoro aceitou tranquilamente a provação sem protestar. Vargas quis tirar a limpo as acusações e se colocou escondido perto do campo de trabalho de Isidoro. De fato o surpreendeu de joelhos rezando, mas não muito longe estava um anjo dirigindo o arado e outro guiando os bois. Vargas, que até então tinha admiração, passou a ter devoção. De acordo com sua piedosa esposa, em uma nobre disputa de caridade para com o próximo Isidoro não tirou vantagens pessoais da benevolência do seu empregador: continuou trabalhando a terra com alegre dedicação, repartindo com os pobres os bens materiais adquiridos com o suor da própria fronte.

    Tinha sempre algo para dar aos necessitados, até aos passarinhos. Indo com o burrinho espalhava pela estrada mãozadas de trigo sem que o conteúdo do saco diminuísse de peso. Morreu em 1130, mais ou menos. Filipe li, atribuindo a sua cura à intercessão do santo camponês, de quem havia levado algumas relíquias, tomou-se um dos mais zelosos promotores da sua canonização, que, tardou a vir, mas se transformou em verdadeira apoteose.

     

     

    Santo Ubaldo

    Bispo

     

    O nome de Gúbio traz à memória a imagem do manso são Francisco que amansa o temido lobo. Um século antes, outro santo manso e corajoso, trouxera a serenidade à medieval cidadezinha úmbria, amansando lobos muito mais temíveis. Seus biógrafos contam que durante furiosa rixa na cidade, o bispo Ubaldo foi visto atirando-se entre os contendores para fazer a obra de pacificação. Mas não foi poupado, e somente quando caiu ao solo, os concidadãos, arrependidos e confusos, depuseram as armas, unidos finalmente por um mesmo sentimento de veneração para com o amado bispo.

    Ubaldo nasceu de família nobre de origem alemã em 1085. Ficou órfão de pai e mãe em tenra idade, foi criado por um tio, que cuidou da educação sobre sólidas bases religiosas. Mas quando tinha pouco mais de 15 anos manifestou o desejo de retirar-se para a solidão a fim de viver como ermitão longe das lisonjas da cidade. Foi o próprio tio a dissuadi-lo, consentindo, porém, que ele fizesse vida comum com os cônegos de

    são Segundo. Em 1104, foi tirado daí pelo bispo João, que o quis junto de si para confiar-lhe a reforma eclesiástica.

    Em 1114, Ubaldo recebeu a ordenação sacerdotal e foi eleito prior da comunidade religiosa acolhida na paróquia de são Mariano titular da catedral. À primeira comunidade imprimiu novo impulso ascético, baseado no exemplo de são Pedro Damião, que transformara Fonte Avelana em centro exemplar de vida cristã. Para Fonte Avelana dirigiu-se o próprio Ubaldo, depois que um incêndio devastou em 1126, a catedral e a casa paroquial, dispersando a sua comunidade. Em 1129 o papa Honório II designou-o bispo de Gúbio e lhe conferiu pessoalmente a consagração. Trinta e um anos durou o seu episcopado. Foi pastor manso e previdente, ativíssimo e corajoso. Amado pelo povo pela firmeza com que defendia os fracos contra a arrogância dos feudatários, o bispo Ubaldo soube ganhar o reconhecimento da cidade inteira em 1155, salvando a Cidade da ameaça de total destruição da parte de Frederico Barba-roxa. Mas Ubaldo era essencialmente homem de paz: sempre recoma às armas da persuasão, da caridade e da doçura para dobrar os adversários, até os mais obstinados.

    Morreu na madrugada do dia 16 de maio de 1160. O sentimento unânime de devoção do povo de Gúbio, que o proclamara seu celeste padroeiro imediatamente depois da morte, antecipou o reconhecimento oficial da Igreja, que o incluiu no álbum dos santos, apenas trinta e dois anos depois, a 5 de março de 1192.