• PERDÔO-ME

     

    Perdôo-me, não pelos erros.

    Sim, pelas dúvidas, pelas procrastinações.

    Decidir e não agir.

    Ir sem ir.

    Vejo-me projeto, não plano.

    Rabiscos, não desenho.

    O que houvera de ser e não fui.

    Perdôo-me, não é piedade,

    nem  compaixão,

    é o meu jeito, meu elã,

    meu “ser” para o mundo.

    É  perdão  sem lamúrias.

    O tempo vem com  usuras,

    cobra  cada passo  falso ou para o cadafalso.

    A imaginação  me oscula, perfeito Judas.

    Eu me peito, em desalinho, esmeradas desculpas :

    - não pude ou não quis – já não importa.

     

    Agora é  viagem sem volta.

    Alegro-me ,  ter sido, mesmo como sou.

    Beijo as mãos à Vida, agradecido.

     

    Geraldo Felix Lima

    Belo Horizonte

    02/09/2020.