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Quando - 2 -
Quando meus passos brincam n’água,
Leva a lama limpa sem pista...
Quando voa a pipa amarela
E o laço leva recados até ela...
Quando vaza meu peito
De encontro ao aroma da manhã...
Quando o baque da luz tão clara
Me acorda noutra luz tão rara...
Quando caço palavras,
Crendo ser poeta ou artista...
Quando os olhos se transformam em sonhos,
E sinto a vida leve e sem chuva...
Quando ainda levito
Em lago tão claro e bem raso...
O tempo é, então, somente único...
Quando em meus braços o balaio
É ainda o brincar de trabalho...
Quando... Quando...
O presente é tão lindo quanto o passado...
É porque se apressa o meu passo.
Heleno Célio Soares
 
