ESCRITOS HELÊNICOS - DETERMINAÇÃO E DIGNIDADE




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    Determinação e Dignidade

     

    Lembro-me! Tarde cinzenta, chuva num vai e vem irritante, céu ora cinza-preto, ora tentando azular. Vento? Que nada! Aragem... Mas incomodava, pois não era contínua. Nove de janeiro de dois mil e... Escrevia um texto para meu grupo lá da Newton de Paiva. Ernest Hemingway pairava sobre mim. O intuito era falar sobre “determinação e dignidade”.

    Eis que campainha  e sino tocam simultaneamente e também meu celular. Credo! Tanta coincidência me irritou e logo depois uma voz gritante e grave ecoou  na entrada de minha casa.

    - Heleno, prenda os cachorros!

    - Inconfundível voz! Depois que me apareceu esta lesão e o parênquima renal,  carcinoma urotelial, meu amigo delegado é figura constante  e presença amiga e confortante, ou me telefonando ou presencialmente, como  o faz agora.

    -Me deu uma vontade danada de vir aqui hoje, Pisca-Pisca.  Filosofar um pouco com meu velho amigo. E velho também no sentido denotativo da palavra. Vamos lá! Me deixa entrar. Os cachorros estão presos?

    Fomos para a nova área construída, uma boa limonada bem gelada, eu é quem preparei com limão daqui de casa e trouxe também seis laranjas sanguíneas também  de  meu quintal.

    - Puxa! Há muitos e muitos anos não vejo este tipo de laranja! Uau! É uma raridade!

    - E eu não sei? Fui eu quem plantou. É mesmo uma raridade!

    Depois dos intermináveis “como vai você...” Sua família “... “Notícias  do pessoal do Exsecordis”... “ Uai você saiu do grupo, por quê?... “É muita água que está caindo”... “Alagamentos...” Desastres “... “Pessoas perdendo tudo”...E  as estradas, heim!?...”

    - Heleno, com voz firme e séria... - o Delega iniciou a prolação. – Como você bem me conhece, gosto de jogar conversa fora, mas também contribuir para a discussão de assuntos sociais, pessoais que nos revolucionam internamente. Discutir a questão da verdade ou falsidade das proposições... Uma discussão que fica com a gente que gosta de filosofar.

    - Bom, Kakulé! Quero então falar sobre “determinação e dignidade”. E depois vamos escrever sinteticamente o que falamos e passar para alguns amigos. Não temos aqui a questão de agradar a um ou outro. Não se perde ou se ganha amigo assim. Isso não seria liberdade para expressarmos nossas convicções, pelo contrário, estaríamos nos  encaminhando para o ato covarde de auto- aprisionamento .

    - Amigo Heleno. Você muitas vezes tem batido na tecla de que o texto é aberto e que ele tem de colaborar com o desenvolvimento de nossa capacidade de reflexão. Só isso. Não é ser a favor ou contra reflexões outras. Temos que nos abstrair de idéias domesticadas que acatam conceitos ou opiniões não confiáveis ou anti-científicas, manipuladoras e que oprimem o outro, retirando dele possibilidades de validar ou não as proposições possíveis. Vamos logo ao Velho Lobo do Mar. Estou pensando nele como um agente e ou juízo transformador.

    - Me fale e explique este tal de juízo transformador, Kakulé!

    - Bom! Juízo é qualquer tipo de afirmação ou negação entre duas ideias ou dois conceitos. Não é isso? Você disse: “- hoje quero pensar e discutir sobre “determinação e dignidade”. ” Pronto! Você formou um juízo. E este enunciado verbal é uma premissa. Cara, aprendi isso lá no Conventão. Agora, vamos coordenar os dois juízos. ( seria tão bom se nossos amigos e amigas que, possivelmente, lerem o texto que propomos escrever não fossem e não sejam domesticados e reproduzissem raciocínio ou raciocínios, que são um processo mental em coordenar dois ou mais juízos antecedentes, em busca de um juízo novo denominado conclusão ou inferência).

    Delega, pelo visto, temos conversa para dias e dias. Você está abrindo um sol cantante e renovador para mim. Brilhante, amigo! ( Mas...nada a ver com o famigerado “Brilhante” que faz, tristemente, parte   de nossa história e, infelizmente, tão venerado por insipientes e alexímicos.

    - Heleno, você, uma ou duas vezes, quando participava de nosso grupo no Zap, usou esse termo. Na verdade, desculpe-me, mas queira me explicá-lo.

    - Sim!” Do Grego “*Alex* - alexiterion”     Alex ; Alfa. 2 lambdas. Eta. Khi ou kssi  );  trazendo idéia de afugentar, expulsar, desconhecer... e veja também o campo semântico.

    “Alexia” . Impossibilidade patológica de ler ou de compreender.

    “Alexímico“. Bom, amigo Ermelino. Este adjetivo não o vi dicionarizado. Usei simplesmente meu direito de construí-lo e usá-lo de acordo com as normas do estudo de formação de palavras em Português. E tenho dito!

    -Tá bom! Entendo a explicação e estou rindo do que você quis dizer lá no Zap do Exsecordis.

    Kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk Você... Horrivelmente venenoso!  Mas vamos mudar de foco senão a censura vai te pegar! Kkkkkkkkkkkkkkkkkk

    - Tá bom! Delega! Falou! Quem é inteligente entende  e obedece . E também foi aquele pescador dentre  outras pessoas quem me ensinou a honrar um juramento. Foi ao mar, pescou o grande peixe e o trouxe até a praia. Os tubarões, pelo caminho, iam  devorando-o. Ele não desiste, Chegou à praia com o que sobrou. Vitorioso, feliz... Determinado...  Orgulho e exemplo de dignidade.

    A determinação do velho lobo do mar traduz sua dignidade. Rompe fronteiras e persegue seu objetivo.

    - Ahn! Percebo que agora o velho pescador foi reconhecido pela sua determinação. Ensinou a todos nós que lemos a obra o que seja dignidade. Ele não ignorou suas forças e capacidades como profissional do mar. Não estava deturpando a singularidade e fazendo instalar o individualismo. Simplesmente sentia que ele poderia fazer o que muitos achavam impossível. Deu aos companheiros um exemplo e a todos nós.

    Usando nossas forças e determinação podemos realizar  praticamente tudo.

    E agora, caro amigo! Vamos jogar conversa fora. Vamos  fofocar! Kkkkkkkkkk.

    Heleno Célio Soares