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    Aprendi

     

    Aprendi!

     

    Estou agora cultivando flores

     

    Em retiros que não me pertencem.

     

    Percebo que plantei rosas,

     

    Só que não sei como arrancá-las.

     

    Não sou agricultor,

     

    Somente, somente mesmo,

     

    Simples escrivinha(dor).

     

     

     

     

     

    Contudo, eu aprendi

     

    Que podem acontecer comigo

     

    Primícias de amor... De paixão.

     

     

     

     

     

    Contudo, também aprendi

     

    Que nem todo sonho bom

     

    É só fantasia.

     

     

     

     

     

    Contudo aprendi

     

    Que viver de sobressaltos

     

    É não ter norte

     

    É não ter sul.

     

     

     

     

     

    Também aprendi

     

    Não ser preciso explicar

     

    O que se passou.

     

     

     

     

     

    Também aprendi

     

    Que nem sempre

     

    Se pode viver num jardim.

     

     

     

    E assim, lhe falo,

     

    Com meus versos

     

    De regador.

     

     

     

    De onde veio essa dor?

     

    Escuta, escuta,

     

    E me ajude,

     

    Não aquento mais

     

    Ser caça e nem caçador!

     

     

     

    Também aprendi

     

    Que não se consegue esquecer

     

    Que é chuva leve que filtra

     

    A água que desce destes versos,

     

    Por certo,

     

    Me ajuda a esquecer.

     

     

     

    Também aprendi,

     

    Muito estranho,

     

    Como tudo mudou.

     

    Que o poeta, falsamente virtuoso,

     

    Ao contrário,

     

    Abusa do gim com limão.

     

    Estranho como tudo mudou!

     

     

     

    Também aprendi,

     

    Que preciso caminhar, pesado ou lento,

     

    Mesmo talhado num rochedo bruto,

     

    Através de trincheiras...

     

    Heleno Célio Soares