ENTREVISTA COM ANTÔNIO DA MATA NETTO - DAMATA - ANIVERSARIANTE DE ABRIL



  • PINGUE PONGUE COM ANTÔNIO DA MATA NETTO (DAMATA)

     

    1-Você estudou no seminário de 1960 a 1964. Conte como foi sua experiência na Gameleira.Por que entrou, por que saiu?

    Entrei para o seminário ainda muito criança, com 10 anos de idade, tâo logo concluí o curso primário. No seminário, fiz   o curso de admissão em um ano, e depois cursei o antigo curso ginasial, por outros quatro anos, quando, então já com 15 anos, saí do seminário.

    Minha experiência foi muito interessante e positiva, pois cresci muito  em formação cultural, cívica ,  religiosa e , por que não dizer, fisicamente. Em cinco anos,  passei por todas as divisões do seminário menor:  entrei para a divisão dos meninos -  patrono São Domingos Sávio -    após dois anos fui para a divisão dos  Médios - patrono São Luiz Gonzaga -  e após 2 anos, aos 15 anos de idade,  fui transferido para a divisão dos  Petrinos -   patrono São Pedro -   o que proporcionou o meu desenvolvimento físico muito rápido.

    A minha entrada para o seminário se deu pelo simples motivo de gostar muito de esportes, principalmente o futebol. Na minha família,  de 8 homens e 3 mulheres, 2 de meus irmãos já haviam passado pelo seminário e comentavam comigo que lá praticavam-se muitos esportes,  como o futebol de campo, de salão, voley, basquete, natação e o famoso espiribol, que eu gostava muito.

    Saí ao final da conclusão do curso ginasial,  com 15 anos. Apesar da ótima formação religiosa recebida, não tinha realmente sentido o chamado de Deus para a  vocação sacerdotal.

     

    2- Quem foi o seu bedel?

    Não estou me  lembrando quem era  o bedel .  Tadeu e  Lalau foram meus regentes.

     

    3-De quais colegas sente mais saudade?

    Para ser sincero, a quantidade de colegas que convivi no seminário foi tão grande,nas 3 divisões do seminário menor, e que deixaram marcas e lembranças tão especiais. Assim, poderia  estar cometendo algum esquecimento  ao tentar citar todos os nomes. Mas,  hoje,  com a criação da  Exsecordis, estou tendo a grata satisfação de me lembrar de alguns  e  estar revivendo com outros  aqueles bons tempos com  com quem compartilhei horas de estudo, oração, lazer, muita diversão e  também momentos de tristeza e saudades dos  familiares. Entre vários dos quais me lembro e de outros   que hoje encontramos periodicamente e que foram meus companheiros de sala e divisão,  posso citar:  o Adilson - Bizorro,  o Wagner - Vagão, o Alfredo Chaia -  Americano, o José Willis -  Zé cueca, o Fernandinho, o Marcos Mesquita, o Ronaldo Marquesani, o Sérgio Alves, o Joaquim, o Rogério, o Vander, o Bicalho, o Anselmo Belini, José Enock, o Luiz Gonzaga, o Chicão de Esmeraldas, que tomava conta das bolas e material esportivo,  o hoje Dom Alberto Taveira, Firmino goleiro, Altair -  lateral direito -  Daniel Alvarenga  e  João Bosco -  enfermeiro -  esses dois últimos já falecidos , além do  Paulo Sérgio e o seu Irmão Roque, o Etevaldo, o Vô, e seu Irmão Vicente, o José Geraldo - Buti. 

     

     

     4-E dos professores, alguma lembrança especial?

    Os professores que mais me  marcaram  foram o Padre Aguiar professor de Latim, o professor Joaquim,  deficiente visual e professor de história, o Padre Gonçalo Belém, professor de desenho, e o professor Aloisio, de matemática, embora nunca gostei muito dessa  matéria, mas gostava do seu  estilo como professor.

    5-Chegou a levar zero em alguma matéria escolar?

    Não.  Como disse,  tinha dificuldade em matemática, mas zero nunca tirei.

    6-Fale de sua matéria favorita?

    Gostava muito de Geografia, História Geral e Desenho, e as matérias de línguas como Português, Inglês e Francês.

     

    7-E no esporte,  era  bom de bola?

    Como disse no inicio, o esporte foi o motivo principal da minha entrada no seminário e, principalmente , o futebol de campo. Nunca me considerei  um craque da bola, mas era do tipo matador artilheiro, tanto que diversas vezes fui artilheiro dos nossos campeonatos e sempre tive chance de jogar no “escrete” da divisão.

     8-Da sua turma foi ordenado algum Padre?

    Da minha turma dos meninos, foi ordenado o Alberto Taveira,  de Nova Lima e hoje Arcebispo Metropolitano de Belém do Pará . E do seminário maior , assisti a ordenação do saudoso Padre Antonio Gonçalves, o Padre Sacs, que,  por coincidência, veio a ser pároco da minha paróquia Santos Anjos da Guarda, no bairro Caiçara. O Padre Antonio, inclusive, foi o pioneiro em lançar o famoso baile de carnaval do padre, onde eu conheci a minha primeira namorada, daquelas que chamamos de amor de carnaval, pois  logo terminamos.

     

    9-Fale da sua vida após deixar o seminário.

    Quando deixei o seminário, estava com 15 anos, no auge da minha adolescência  e com o curso ginasial completo.  Fiz o curso cientifico,  nos 3 anos seguintes,  no colégio Ângelo  Roncalli;  com 18 anos,  servi o exército brasileiro, onde fui promovido a cabo e com isso garanti a primeira baixa, embora o Capitão Forjaz da minha Cia., de CPP1, Companhia de Petrechos Pesados do 1º batalhão, havia me convidado a seguir a carreira militar, o que recusei .

    Após concluir o curso cientifico,  fiz cursinho para tentar o vestibular de medicina na UFMG, quando o vestibular ainda era único para todas as faculdades. Infelizmente, por dez pontos,  não consegui passar, e como tive que começar a trabalhar para manter meus estudos e outros gastos pessoais, entrei para a multinacional Inds.Gessy Lever Ltda, mais tarde Unilever do Brasil, onde comecei como auxiliar de escritório;  trabalhei lá por 34 anos e 6 meses, chegando ao cargo de gerência no departamento de logística, e a minha formação acadêmica, por necessidade da função que exercia na Unilever,  foi a  de Administração / Contabilidade, muito diferente do meu sonho inicial de ser um médico.  Acabei ficando na Unilever até me aposentar no ano de 2008.

     

    10-Namorou muito ou se casou com a primeira paixão de sua vida?

    Posso dizer que fiz as duas coisas, ou seja, namorei muito e casei com a primeira namorada após aquela do carnaval. Explico : é que tive duas etapas de namoro com a minha hoje esposa Irene. Aos 18 anos a conheci no lotação ( lembram desse nome do coletivo de transportes ? ) que usávamos para ir à noite para o colégio onde estudávamos juntos.

    Como éramos muito jovens , o namoro  não durou muito e logo terminamos. Ficamos 10 anos separados, mas o destino nos  reaproximou , quando reatamos o namoro,  ficamos noivos e nos  casamos.

    Foi nesse intervalo de 10 anos que eu tirei o atraso para namorar  muito, sem maiores compromissos, rsrsrs.

     

    11-Descreva sua família?

    Minha família é pequena: eu, minha esposa  Irene e minha filha única, Larissa. Sou de uma família de 11 irmãos, sendo 8 homens e 3 mulheres,  tendo já falecidos  meus pais e também 3 irmãos homens.

     

    12-Você informa  no nosso site que sua profissão é  “aposentado”. Aposentado de que?

    Como mencionei na pergunta nº. 9, minha formação universitária foi na área de ciências econômicas, administração e contábil, devido ao meu trabalho na Unilever do Brasil.

     

    13-Como é cuidar de áreas importantes n Exsecordis, como a redação de atas e o levantamento dos aniversariantes? Dá muito trabalho?

    Sou muito feliz em pertencer a essa nossa associação Exsecordis  e   também em poder ajudar  na função de secretário. É gratificante  colaborar para que a Exsecordis  sobreviva,  para a alegria e satisfação de todos nós ex-seminaristas do Seminário Coração Eucarístico de Jesus.


    J D VITAL