GUERRA E PAZ - SEBASTIÃO RIOS JÚNIOR




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  • GUERRA E PAZ

     

    Guerra e paz, inimigas ferrenhas, eternas e imortais. Confrontam-se em razão de todos os males provocados e cometidos pelo indivíduo ou pela humanidade.  Levam-lhes, em compensação oposta,  ao desespero e indignação. Na busca da paz, a humanidade enfrenta a guerra exterior,  defrontando-se contra o poder e a ambição.  Um jogo de interesses  que resulta na destruição e mortalidade em massa. Por sua vez,  o indivíduo enfrenta tanto a guerra interior como a exterior.  A guerra  interior  revela-se no próprio sentimento humano. O indivíduo vive em constante luta contra seus próprios males, hábitos, falhas, defeitos e objetivos. Um verdadeiro e irreversível drama de consciência.  Jamais conquistará a paz se lhe faltam ou antes lhe faltaram amor ao próximo, regras de conduta, gestos e atitudes irreparáveis e dignos de respeito, consideração e louvores. Na guerra exterior, o indivíduo defronta-se contra seu semelhante, com quem deveria manter amizade, respeito e admiração. Todavia, imbuído de ira, despeito, ciúme, arrogância ou qualquer outra forma de revolta ou indignação, muitas vezes, sem culpa formada, entra em conflito com a outra parte, gerando desentendimentos em família, com pessoas conhecidas ou mesmo desconhecidas, e destruindo amizades.  Na sua agonia por qualquer das guerras, os fiéis se recorrem à paz do Senhor. Esquecem-se de que não existe paz absoluta, enquanto existir guerra, seja qual for.  E o Senhor só teria a paz suplicada se também tivesse paz. A paz que lhe seria transmitida e inata se seus filhos não Lhe decepcionassem tanto, retirando-Lhe a paz celestial, a paz do Espírito Santo. Mas que Lhe fossem todos reconhecidos e agradecidos pela alegria de viver e pelo bem que Ele lhes faz, simplesmente comportando-se de acordo com os Seus Desígnios. Pode, no entanto, na sua santa misericórdia, atender as suas súplicas e conceder-lhes a paz relativa, a graça suprema de conviverem com a realidade irreversível, com parcimônia, consciência, tolerância, paciência e resignação. Deus criou o mundo para nele manter uma vida civilizada. E a criatura se transformou no “homo sapiens”. A civilização se desenvolveu e avançou sobretudo em tecnologia, o elemento material construtivo e, ao mesmo tempo, tão destrutivo a ponto de poder eliminar a divina criação terrestre. Mas depauperou-se gradativamente em termos de educação e conduta moral e humana. Quem dera a humanidade e o próprio indivíduo esquecessem um pouco as coisas materiais e se preocupassem mais com a nossa razão de ser e existir, com o sentimento de humanidade para os quais fomos concebidos. Aí não haveria nenhuma das guerras e predominariam a paz espiritual, a paz de consciência, a união dos povos e a alegria de viver.  A paz de verdade.

     

     

    Sebastião Rios Júnior