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    BARATA

    Graça Rios K.

    - Anjo. Ligando a esta hora só pra te dizer:

    Mil versos fiz, meu vice-verso.

    (Bolas! Ensaiei assonâncias preciosas, mas reparti com a lua o ato de rimar.

    A musa da Poesia fugiu-me das entranhas via inferno. Vai, vai.)

    - Olhos, eu te olho, lúdico oceano. Debruço-me sobre (ele, eleS??) e afundo.

    (O eco falou ‘afundo’? Ditou isso, mané? Trem doido, sá.)

    - Oh, a curva desses óleos claros permeia a volta da aorta de um nosso coração.

    Caso um dia me sinta perdida na tela do comput... ai, amor,

    saltarei no teu olhar verde por morrer em verde mar. Adeus, a Deus.

    (Dei mal. Merda. Madruguei repetindo isso com medo de me atrapalhar.)

    - Serei a sereia, ser hei a ave amada de Vós, deus doloroso. Partirei d’além.

    (Tolice, besta! Onde poderia achar ele de novo?)

    - Fui bem, Thor? Beija-me, I love u. E tu?

    (Sonsa. ITU. Sonha o pensamento já maremorto.)

    - Fica, fica. Não sai fora, Thor. Fica, senão afogo-me sobre a asa de Zéfiro queimada.

    (A casa da poeta porreta mora acima do teto? Céus! Zéfiro é vento fresco.)

    - Eu te amo, Totó.

    O que tenho? É o ar. A falta.

    De ar    ah   a!          q    uente