ENTREVISTADO DO MÊS DE DEZEMBRO

 

 

PINGUE PONGUE COM GUARACY DE OLIVEIRA (GUARÁ)

 

 

 

1 - Você se destaca como ponta na linha de frente do time que fundou a Exsecordis em 1991. Na foto, é o segundo agachado a partir da esquerda. Como foi participar do marco zero da nossa associação? Apesar do papel histórico, por que você ainda não se cadastrou no nosso site?

 

R. Foi com surpresa e grande satisfação que, ao tomar conhecimento, via contato telefônico de iniciativa do nosso amigo Adilson Bizorro (é assim mesmo que nós o apelidávamos e não pelo nome correto do coleópetero Besouro), da nova plataforma do Exsecordis, com início de sua reorganização. Com efeito, por motivos ignorados não foi dada continuidade aos Encontros anteriores, salvo engano, a partir de 2012 ou 2013, quando já havíamos realizado cerca de 12 ou 13 encontros. O cadastramento no site criado para o atual Exsecordis não foi feito ainda por motivos particulares, mas pretendo fazê-lo o mais breve possível.

 

 

2 - Quem o contatou para o encontro? Onde você morava e qual sua atividade profissional na época?

 

R. Para o primeiro foram o Antônio Miranda e o Marcos Pereira (Pereirão) e agora, como disse acima, foi o Adilson. Quando entrei para o Seminário, morava em Papagaios, cidade do sertão mineiro. Quando saí do seminário no fim do ano de 1964, continuei morando na Capital, aqui permanecendo até os dias de hoje. Entrei para a Faculdade de Direito da UFMG em 1965, colei grau em 1969 e passei a exercer a atividade profissional de advogado, permanecendo assim até hoje.

 

3 - E atualmente, como é sua vida pessoal e familiar?

 

R. Continuo exercendo a advocacia na residência, mas de forma reduzida, apenas para tentar encerrar algumas poucas causas pendentes e não estou mais aceitando outras causas. Quanto à vida familiar sou casado com a mesma mulher há pouquinho mais de 50 anos, tivemos um casal de filhos mas o filho homem veio a falecer aos 33 anos de idade. Minha filha me deu uma netinha encantadora, uma bênção de Deus.  

 

4 - Faça seu autorretrato, Guaracy por Guaracy.

 

R. Como cantava Raul Seixas, “eu sou uma metamorfose ambulante”.

 

5 - Quando ingressou no seminário? Usava batina no seminário menor?

 

R. Entrei para o Seminário Coração Eucarístico de Jesus em 1955. No Seminário Menor a gente usava dois tipos de uniforme, um composto de calça e paletó tipo sobretudo, ambos de brim na cor bege que era usado em nosso dia a dia e outro com as mesmas peças na cor azul marinho, como uniforme de gala, que era usado nas festividades solenes dentro e fora do Seminário. No Seminário Maior era adotada a batina preta.

 

6 - A Igrejinha de São Francisco, construída por JK em 1943 na Pampulha, esteve embargada pelo arcebispo Dom Antônio Cabral até 1959, quando foi liberada pelo novo arcebispo Dom João Resende Costa. Os seminaristas podiam visitá-la? A interdição era objeto de discussão na turma?

 

R. Não me lembro muito bem disso mas suponho que as determinações do arcebispo Dom Antônio dos Santos Cabral feitas para cumprimento dos fieis de fora não eram levadas ao conhecimento dos seminaristas.

 

7 - O Concílio Vaticano II, convocado em 25 de dezembro de 1961 pelo Papa João 23, mexeu muito com a cabeça dos padres e alunos do Coração Eucarístico?

 

R. Evidente que sim, pois o Concílio foi instalado como uma espécie de revolução dentro da Igreja Católica, com novas ideias avançadas, muitas delas incompreendidas e até combatidas por alguns padres, bispos e até cardeais. Os leigos, porém, se mostraram satisfeitos face à sua valorização ofertada pelo Concílio. No Seminário, o Concílio foi muito festejado em razão das novas ideias, principalmente pelas mudanças na liturgia e em outras áreas que iam sendo estudadas e colocadas em prática assim que aprovadas, motivo pelo qual ao término do Concílio em 08 de dezembro de 1965, as diretrizes do Concílio se achavam plenamente absorvidas e praticadas em nosso Seminário. A meu sentir, o Concílio Vaticano II foi um marco histórico importantíssimo na história da Igreja!

JD VITAL