• A VOLTA DO FELINO 70

                                                     

     

     Edição de Vídeo.

    - Senhores Roedores.

    Iniciemos o Plano Conjunto deste Documentário.

    - O Gato Félix surge

      no curta-metragem animado

    Feline Follies, 1919.

    Primeiramente mudo, o sucesso do filme

     evoca audacioso lançamento do novo, sonoro,

     Two Lip Time,1927.

    Crianças e adultos - machos -

    pipocam nos cinemas

                    in                                                                                                                             The Last Life, 1928.

    Tudo mudo na tela, mas prolixo no tablado,

    ao som da orquestra triunfal.                                                        

    Griffith, 1915, sedimenta a boa fala dos protagonistas.

    Matinées, preços arrepiantes, marcam lugar na sala.

    Ir à soirée seria distinção e requinte máximos.

    Médicos, políticos, revolucionários da Rússia, comparecem.

     Bateiam ouro do tesouro.

     

    LIBERTAS QUAE SERA TAMEM

     

          A partir de 1920, esvoaçam nas salas avezinhas melindrosas.

         O que quer uma mulher? (Freud).

    Lambidela arranhagato.

        Cabelo escandalosamente curto, ligas, rubor, cigarrilha. Aqui, Jazz!

    Onda de liberalismo pós-Guerra.

     

    - Luze, por favor, nossas ideias, ilustrador.

    En phim...

                      - O Gato perde as botas do Judas.

    Bold King  Cole, em 1936, malgrado sonoro,

    nem roda dez léguas.

     

    - Câmeras, ação.

    Explique à plateia, desenhista Otto Messmer:

    Por que o enquadramento de certa personagem do Cartoon

    focaliza de imediato o poeta Geraldo Lima?

    - Pura Mise-en-Scène, Topo Gigio.

    Ambos exibem figurino e maquiagem alienígena.

    Mixagem:

    Felix, holandês; Félix, americano.

    Star na Produção do Casting valida Superstars.

    Caverna platônica feliciana:

    fervem

                               briefing, direção, key light,

    movimento rápido de câmera.

     

    -  Projetista Mer, mar.

    Escritores, articulistas, músicos,

    seguem roteiro cinematográfico?

    - Depende dos fatos, Minnie.

    Andy Warhol, através de elementos internos, formais e externos, firma romance entre Pop Art e Literatura.

    Dessa forma, encontra, nos anos 60, senso de existência

    de seu tempo histórico particular.

    Integra-se ao Kitsch consumista, além de desferir sobre o público-alvo imagens da mídia massificada.

    Percebes o vasto paralelismo: Andy e Dr. F.?

          Maktub:

    Está escrito nas estrelas.

                                 Pularam de mãos dadas

                                    do Eros, asteroide.

      - Então...

    Torna-se influente versus controverso.

    (Qual?)

     Pintando, A. W., repetidas vezes latas de Sopa Campbell, Mick Jagger, banana, Pelé, Mao Tsé-Tung ou caras de Marylin Monroe.

    Sua tela Silver Car Crash (Double Disaster) foi vendida por US$105 milhões.

    (Nesse ponto, gêmeos vitelinos parecem diferentes.)

                                             - Ah, ah!

              No lema do eminente médico Felix, Pichu,

                     vive vívida vivida intertextualidade

        entre código lítero-artístico

    e logro, burla, trapaça

    dos podres poderes

    sobre o sistema coletivo.

     E, mais, sobre o próprio autor...

    ...mas

     Navegar é preciso. Viver não é preciso.

          Urge curar doentes.

     

     -?Qué ventaja tiene el animal?

       - Mimoso Ratón, és COAUTOR, AUTOR.

    Observa este eterno transtorno:

    Artistas do background real surrealista

                     apreciam fundo lúgubre de paisagem.

                        LÊS O FUNDO MUNDO DE GEGÊ.

    Pó, mucosa da boca, preguenta, inútil, ludíbrio, medo, guerras, palavras, eis alguns termos ligados

    semanticamente à miséria do povo, à linguagem oral.

                     Pontuação indisposta, estilo hipócrita mente lascivo.

                                                             Flor-de-Lix, amorhumor,

    mor temor do mau infrator. 

                                                  RELÊS.

    Finge EX tão completamente economia vocabular

    que chega a tocar ardor alheio.

    São traços técnicos, propaganda

    semelhante aos livros e filmotes andynos.

    Mais vale uma letra na mão que mil voando.

    Tinta, pincel, tela, pra quê?

    Melhor, o colorir tecnológico.

    Dupla icônica!

                                          LOUVAS O CANTOR.

    Traduzem, a dois, possessivo processo

    de pós- modernização industrial.

    Impactam multiencéfalos mediante degeneração

    da referência comunicacional progressiva.

    Engajam-se no Campus político-cultural.

    como Felix- narrador.

    Poetas porretas ora constroem,

    ora desfazem torres de papel.

    Escalam babéis plurívocas.

    Felix, seja ele,

    seja ela, Fênix.

     

                                    - Tipo Anel de Moebius?

                                      - Dedo bom no gatilho, Cowgirl Minnie.

                                BATES PALMA.

     

     

    Contextuados, jovens shakespeares

    imaginam à exaustão títulos da obra.

    Lutam nuvens, até descobrir

                                              Scripta-Pó.

    Virgínia, Cecília, Simone,

                    cobrem a mucosa da boca

                      com lascívia preguenta.

    Após, lavam sangue e suor criminosos

    a sândalo, rosa, unguento.

    - O senhor desenhou seu Gato quase anônimo,

    amigo designer?

    - De fato, Bernardo.

     Laborei-lhe a figura para o estúdio de Pat Sullivan.

    Infelizmente, ator coadjuvante rouba glória da criação.

     Essa tragicomédia sucede a qualquer Chopinho

    compositor.

    ! ENFADADO. 

    ! MUY VALIENTE.

                                !GUARDA LA LECTURA!

    - Imagino o menino psíquico de teu virtuose literato.

    Pinga mel, seu fel. Trova dor, Rémy.

    Súbito pasmo lhe tange largo corte. 

    Lima medo, guerras, palavras.

    Cala inutilidades.

                             - Olhar panóptico, M. Foucault

                                      Panóptico olhar, F. G.

                                              Idênticos

     

    - Fernando Pessoa:

     Não sou nada. Não serei nada.

     Não posso querer ser nada.

    - Fora isso, camundongo Mickey,

       cada flébil poema in Felix flama, gera temas  de além.

    - Otto. Literatura, sinônimo, Letra Dura?

    - Pois, pois.

    Nela, um influxo móvel leva água à roda semântica.

    Minam, entre musgos, assonância, sonoridade, tonalidade frasal.

    Ratinhas de Cinderela, poesitar faz lar na falta freudiana.

    Caótico corpus temático. Edição da folha cinza rasgada.

    Mais madrigais plurais?

    Busca vã de fontes bibliográficas.

    Sem certeza,

    Minnie.

     

    - Sente, o leitor, nosso ludíbrio, 

    corte de alimentar espera de vir?

    Hirto mirtilo se abre na sombra?

    Dormirá na alfombra um sorriso?

    - Há noite, Geraldo.

    Mil gatunos corruptos miam.

    Garras, afiam.

    Ufanos, pobres esmolas, afanam.

                                   Desertam-te a viagem.

     

    Porém, Genial Fauno Lírico.

    Dentro da curta- felídea bolsa,

    no imo de tua mochila,

    duplas chaves secretas inauguram,

    breve blitz brava,

    tua patriótica liberdade.

     

    Produtor Executivo.

     UM CLIQUE PRA NOS AMPLIAR.

     

    Graça Rios – 02/09/2021

     

     

    OBS:  O presente comentário de Graça Rios, consagrada e premiada escritora, com livros publicados e prêmios obtidos, foi solicitado pela administração do site EXSECORDIS, considerando a postagem do poema , no dia 02/09, de autoria do médico, escritor e exsecordiano Geraldo Felix Lima. Ambos são colaboradores deste Site.