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O nascer e o futuro
O nascituro olha o futuro
e o vê planície,
ampla, geral e aplainada,
poderá rastejar, engatinhar, correr.
Se há um morro,
é verdejante, pedras e cristais brilhantes,
de onde fluem fontes límpidas e cantantes.
Bela Terra Prometida,
generosa, pulsante, alcantilada,
ali sal e doce se misturam, gratuitos e gratificantes
no leite da mãe amada.
Se medo tem do indistinto,
a coragem lhe acode,
aprende, por acertos e erros;
a vida não é justa, nem exata.
Busca certezas genuínas.
Deixa pai e mãe na busca de regalos e mimos.
Logo vê: não há prêmio de graça,
metas devem ser alcançadas
com trabalho árduo, engenho e raça.
Vida rude, rude vida !
Vê, robustece-me!
Rascante vinho, instila em mim destemida coragem,
para sorver de ti os frutos, o mel, o sal, a água
até o último favo.
Geraldo Felix Lima
