SABEDORIA DA NATUREZA - GRAÇA RIOS




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  • SAGRAÇÃO DA NATUREZA

    (De Ígor Stravinsky)

     

    Teci, incerto dia, comentário deveras auspicioso, direcionado ao escritor Etelvaldo Melo, vulgo ”Meu caro Tico-Tic”.

     

    Ei-lo: “Ser original é saber o sabor de quem sabe copiar. Urra!”.

     

    Baseei-me no lema dilema emblema simulacro da mor modernidade literária.

     

     E daí, e daí?

     

    Daí,

     

    proibiram que eu falasse  que construo escritos vestindo-os  lis de lã luminosa mente com o áureo colar da Cecília o boné de Baudelaire o luxurioso broche de lenço lacaniano.

     

     E daí, e daí?

     

     Daí, por mais cruel deboche seu, eu continuo a imitar limitando ampliando a dura letra alheia.

     

    Roubo chavão chave chapéu bordão borda bordado estria estribo estribilho molde modelo elo elã soda solda sova sodad soledad solidez praxe axe axé botão bote bateia batente grota grilo gruta arroto matriz merda motriz mal mel meleca moleque leque pé-de-moça triz atriz meretriz de todo elegante chiante porreta poeta na reta  dândi Y por aí.

    Queira o ferido leitor acessar o Google por ver mirandolendo lento lente

     

    o Art Pop

     

    Andy Warhol.

     

    Tal posante presente pintor repete à exaustão o retrato de Marilyn Monroe.

     

    Produz lato sensu peidos soluçantes sócio-econômico-intelectuais. Também, advêm orgasmos psico-somáticos múltiplos, sob partos pathos abundantes.

     

    Antecipa fortes tremores tônico-clônicos. Hemoptise, rigidez do corpus são sintomas de estase diante de uma caixa de leite.

     

    Tudo isso apreciaria o amanuense ao penetrar nas nuances da série “Latas de Sopa Campbell.” Andyana. E otras cositas más menos morales: deliciosas bel beldades locus horrendus beliscos pardos obeliscos y sortidos excrementos brancos jumentos 100%.

     

    (O Barroco conhecia o efeito magistral astral imagístico da harmonia ou dessimetria.).

     

    “Triste Bahia! Ó quão dessemelhante/ Estás e estou do nosso antigo estado/ … / Rica te vejo eu já, tu a mi abundante/ …/” - de Gregório de Mattos Guerra.

     

         (Vide Aleijadinho):

     

    “Ah, cristos sangrantes /madonas gordas / porém, celestes seres.”

     

    E você, ente assustado?

     

    Ousaria catar, no lixo ou infinito glamour, este clichê cultus vulgaris populalarum?

     

     

    “Ninguém é uma ilha”.

     

    (Pilha empilha isso!)

     

    ou

     

    “Ninguém é feliz sozinh”.

     

    (Pegadinha, Nhazinha!).

     

    Vá!

     

    Desdenhe os códigos de conduta tipificada nos legais latrossignos:

     

    Arrombe force profane estupre destrua os templários cofres da ignorância humana.

     

    Pastiche

     

    Simone Lispector

     

    Conceição Evaristo

     

    Carolina de Jesus.

     

    Parodie subverta roa ria-se adapte, camaleão,

     

    . sacrílegos dogmas.

     

    . verdades seculares.

     

    . simplórias certezas.

     

    Quem tem medo de criticar os Clássicos:

     

    Wittgenstein

     

    Virginia Woolf

     

    Catão, o Velho

     

    AC Cesar?

     

    (Felidae Felis Catus) 

     

    Bricole remix decomponha o podre indistinto poder.

     

    Levante Bandeira kiss Hortênsia Machado.

     

    Ocupe o não-lugar da inumerável poltrona cinematográfica.

     

    Dance toque arquitete cante com engenho e garra a xerocada paisagem brasileira. Salve!

     

    “Para quem não sabe que porto almeja, não há vento propício.”

     

    Sêneca se expressou!

     

     

    E daí e daí,


     Tel flechou a maçã.

     

    Devorou-a, canibal.

     

    Depois,

     

    compôs na pauta

     

    um som melhor

     

    novo pensamento:

     

    “Nenhum vento ajuda a quem não sabe para que porto veleja

     


    Ulá, lá!

     

     

    Graça Rios