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Vento
Avise-me de antemão,
Se o vento mensageiro
Ainda lhe conta segredos do paraíso.
Avise-me, mesmo não sendo seu costume,
Se o horizonte azul
Pode ser barreira.
Avise-me de antemão
Se você vem de rio,
Ou de rosas vermelhas e ardentes.
Avise-me de antemão
Se, mesmo em horas roucas,
Gosta de contos de fada.
Porque estou sempre,
Como um arco retesado,
Pronto sempre, como o vento,
Para não voltar sozinho.
Avise-me!...
Pois, na escondida tenda,
Há uma doída fogueira ardente.
Avise-me, de antemão,
Se...
Heleno Célio Soares
