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A Praça
Sentado no banco da praça
Percebia quão eram belos
- Confortáveis –
Os gestos infantis,
Enfeitados de inocência,
O andar sinuoso e preocupado
De mães e babás.
Não havia por certo,
Nenhuma ameaça.
Ambiente festivo, mas não refinado.
Somente, tão somente uma praça.
(E até agora acho séria graça).
Quando ela surgiu...
Caminhava,
Singrando por turistas,
A pele morena emoldura-lhe o rosto.
Aproximei-me num modelar
Marejo de ondas.
(ou ela se aproximou?).
O vento abriu-lhe a gola
E eu, de repente, necessitei de um vermute.
Ela vinha elegante,
E com sorrisos vindos de vinho.
E eu, galante que era,
Me emudeci.
Para mim caminhava...
Estremeci.
Abria caminho entre pessoas,
Elegante...
Então fiquei sabendo
Das frutas desejadas,
Porém proibidas.
Meus olhos batedores, até agora,
Vergastam
No arrasto do vento.
Heleno Célio Soares
 
