“ELA, DA SUA POBREZA, OFERECEU TUDO O QUE TINHA PARA VIVER.” (Mc 12,43)



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    PALAVRA DIÁRIA NA FAZENDA DA ESPERANÇA PARA O DIA DE HOJE - 18.11.2024 – PALAVRA DE VIDA PARA O MÊS DE NOVEMBRO DE 2024 – MOVIMENTO DOS FOCOLARES:“ELA,  DA SUA POBREZA, OFERECEU TUDO O QUE TINHA PARA VIVER.” (Mc 12,43)

     

    Palavra de Vida para o  Mês de Novembro de 2024

    “Ela, da sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha para viver.” (Mc 12,43)

     Estamos na  conclusão do capítulo 12 do Evangelho de Marcos. Jesus está no templo de Jerusalém,  observa e ensina. Através do seu olhar, assistimos a uma cena  repleta de personagens: pessoas indo e vindo, os encarregados do culto, figuras ilustres ??com longas túnicas, pessoas  ricas depositando suas fartas oferendas no tesouro do templo.

    De repente entra em cena uma viúva. Ela faz parte de uma categoria de pessoas social e economicamente  desfavorecidas. Despercebida na multidão, ela deposita duas moedinhas no tesouro.  Mas Jesus a percebe, chama seus discípulos e os instrui:

    “Ela, da sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha para viver.” (Mc 12,43)

    “Em verdade  eu vos digo…” São essas as palavras que introduzem os ensinamentos importantes.  O olhar de Jesus, concentrado na viúva pobre, convida-nos a olhar na mesma direção:  é ela o verdadeiro modelo do discípulo.

    A sua fé no  amor de Deus é incondicional: seu tesouro é o próprio Deus. E, ao entregar-se totalmente  a Ele, a viúva deseja também doar tudo o que pode em favor dos mais pobres. Esse  abandono confiante no Pai é, de certo modo, a antecipação do mesmo dom de si que  Jesus realizaria em breve com a sua paixão e morte. É a “pobreza em espírito” e  a “pureza de coração” que Jesus proclamou e viveu.

    Isso significa  “depositar a nossa confiança não nas riquezas, mas no amor de Deus e na sua providência.[…] Somos ‘pobres em espírito’ quando nos deixamos nortear pelo amor para com os  outros. É então que partilhamos o que temos, colocando-o à disposição de quem quer  que esteja em necessidade: um sorriso, o nosso tempo, os nossos bens, as nossas  capacidades. Tendo doado tudo por amor, somos pobres, ou seja, estamos esvaziados,  anulados, livres, e temos o coração puro.”1

    A proposta  de Jesus revoluciona a nossa mentalidade: no centro do seu pensamento estão os pequenos,  os pobres, os últimos.

    “Ela, da sua pobreza, ofereceu tudo o que tinha para viver.” (Mc 12,43)

    Esta Palavra  de Vida nos convida antes de tudo a renovar a nossa plena confiança no amor de Deus  e a nos confrontarmos com o seu olhar, para ver além das aparências, sem julgar  e sem depender do julgamento dos outros, a realçar o positivo de cada pessoa.

    Ela nos sugere  que a lógica do Evangelho é a doação total, que constrói uma comunidade pacificada  porque nos impulsiona a cuidarmos uns dos outros. Ela nos anima a viver o Evangelho  no dia a dia, sem alarde; a doar com generosidade e confiança; a viver com sobriedade,  na partilha. Ela nos convoca a dedicar atenção aos últimos, para aprender com eles.

    Venant nasceu  e foi criado no Burundi. Ele conta: “Na aldeia, minha família podia orgulhar-se  de ter uma ótima propriedade, que garantia uma boa colheita. Nossa mãe, consciente  de que tudo era providência do Céu, recolhia os primeiros frutos e os distribuía  regularmente na vizinhança, começando pelas famílias mais necessitadas e destinando  a nós mesmos apenas uma pequena parte do que sobrava. Com esse exemplo aprendi o  valor da doação desinteressada. Assim, entendi que Deus estava me pedindo que eu  desse a Ele a melhor parte; mais ainda, que desse a Ele toda a minha vida”.

     

    Org.:  Letizia Magri

    coma comissão da Palavra de Vida

     

     

    1) Cf. LUBICH, Chiara. Pobreza  que é riqueza. Palavra de Vida, novembro de 2003.