DOMINGO XXVII DO TEMPO COMUM – MARCOS 10,2-12 - Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS



  • DOMINGO XXVII DO TEMPO COMUM – MARCOS 10,2-12

     

          1. À pergunta pelos motivos para o divórcio (“perguntaram se era permitido ao homem divorciar-se de sua mulher”; v.2), Jesus responde com os motivos para se manter na unidade: “O que Deus uniu, o homem não separe” (v.9). Sem desconhecer as realidades difíceis que muitos casais podem viver, temos de nos concentrar em buscar o fundamento da unidade e o caminho para resolver os conflitos que podem surgir .

     

       2. Há diferença entre uma concessão temporal

    (“Moises permitiu escrever uma certidão de divórcio”; v.4) e uma lei divina definitiva (“No entanto, desde o começo da criação...” (v.6ss). De fato, a causa de dita concessão é a “dureza do vosso coração” (v.5), ou seja, a incapacidade e fechamento para acolher o amor de Deus na vida. O que Deus quer é unir, não separar; mas, se há dureza de coração (resistência) a união torna-se difícil. Só em Deus e com Deus pode acontecer a unidade.

     

          3. A unidade indissolúvel do matrimônio não é constituída pelas situações externas (ritos) nem mesmo por uma celebração bem bonita (enfeites, corais, flores, etc.). O que a constitui é o mesmo Deus: “O que Deus uniu, o homem não separe” (v.9). Assim, se falta o elemento antropológico do amor e da experiência autêntica da fé no momento do matrimônio, dificilmente se poderá garantir a permanência e a maturidade necessárias para enfrentar e superar os momentos críticos e permanecer no compromisso. Se Deus não está presente antes do matrimônio, na celebração deste e na sua vivência cotidiana, poder-se-á garantir a unidade? O desafio é construir o matrimônio em Deus para que este seja sólido. Não é possível renunciar ao realismo de uma relação, que nem sempre é fácil; mas deve-se procurar construí-la e mantê-la sólida em Deus e com Deus.

     

       É importante, então, preparar-se para o matrimônio com um autêntico conhecimento do futuro cônjuge e com uma verdadeira experiência do encontro com Aquele que é a fonte do amor, porque é o Amor mesmo. Em Jesus o amor é possível. Antes de pensar no divórcio, se existe o amor, dever-se-iam esgotar todas as possibilidades para resolver inteligentemente as dificuldades. “O amor não desiste” (AL).

     

                                                    Juan Diego Giraldo Aristizábal, PSS